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sábado, 5 de fevereiro de 2011

Primeira Semana: Herodes - A tentação da vaidade

Série Formação: "Tentação do Músico"

Em Atos dos Apóstolos 12,20-23, encontramos o rei Herodes vestido de trajes reais e pronto para fazer um discurso ao povo que governava. O povo aplaudia e elogiava o rei, que se sentia cada vez mais cheio de si. O auge da vaidade aconteceu quando o povo o elevou com este comentário: “É a voz de um Deus e não e um homem!”
A afirmação do povo foi demais para ele; ele estava todo inchado de vaidade. Foi aí que a mão de Deus agiu pesadamente sobre ele: “No mesmo instante o anjo do Senhor o feriu por ele não haver dado glória a Deus. E roído de vermes expirou” (Atos 23). A causa de sua morte foi exatamente esta: a de não haver dado glória a Deus.
O rei Herodes estava se sentindo no lugar do Deus verdadeiro e era o povo mesmo quem afirmava isso, alimentando, assim, o ego do desafortunado rei. A mesma coisa acontece também com o músico quando, diante do povo para o qual ele executa sua música, quando não visa dar glória a Deus: acaba roído de vermes. A vaidade cheira mal dentro de nós. Quando se ministra a música sem buscar o louvor a Deus, começa-se a morrer por dentro e perde-se a unção do Espírito.
Quando começamos a receber elogios por nosso serviço prestado a Deus, os elogios até são bem intencionados, porém, esses elogios podem funcionar em nós causando um efeito devastador se nos deixamos levar pelo orgulho e pela vaidade. Se o elogio me faz “inchar”, então logo os vermes começarão a agir dentro de mim.
Devemos ser como aquele burrinho que conduziu Jesus na Sua entrada triunfal em Jerusalém (Lc 19,29-40). Ele estava amarrado. Aos discípulos havia sido dada a ordem de pegarem o burrinho sem falar nada com ninguém. A única recomendação do Senhor era de que, se o dono perguntasse, os discípulos deveriam apenas responder: “O Senhor precisa dele!” E quando já estão desamarrando o burrinho, a explicação simplória foi dada ao dono e o satisfez plenamente. Jesus, então, montou no animal depois de ter sido enfeitado com as vestes dos próprios discípulos. Na entrada de Jerusalém as palmas e os mantos eram estendidos no chão para o Senhor passar com o burrinho, que ia todo alegre...
Também um dia o Senhor usou alguém para nos desamarrar, tirar-nos do antigo dono e nos fazer levá-Lo ao povo que espera ansioso e sedento. Fomos enfeitados com os carismas e o Senhor nos dotou de muitas capacidades para ministrarmos a música divina. Tornamo-nos como o burrinho que vai levando Jesus na música, vão seguindo palmas, mantos, elogios... Mas as palmas e os mantos não são para o burrinho, são para Jesus. Burro do burrinho se acreditar que as palmas são para ele!
Por que o Senhor quis montar no burrinho para entrar em Jerusalém? Era para cumprir o oráculo do profeta que dizia que o Ungido de Deus viria humildemente montado num burrinho (cf. Zc 9,9). Porém, a explicação que o Senhor dá aos Seus discípulos para passarem ao dono do burrinho era só essa: “O Senhor precisa dele”.
O próprio Jesus não se mostrou como Rei orgulhoso na Sua entrada em Jerusalém, pois estava acima dos apupos da multidão. Deve ser esta a nossa atitude ao levarmos Jesus aos homens: humildade. Humildade de quem sabe que só está levando Cristo, que a honra pertence só a Ele e que as palmas são só para Ele. No momento em que estivermos ministrando a música devemos nos lembrar de que, sem Jesus Cristo, o nosso lugar seria na “estrebaria”, no esquecimento. Se você, ministro de música, perguntar por que o Senhor o escolheu para levá-lo por intermédio de sua melodia, a resposta será a mesma que os discípulos deram ao dono do burrinho: “O Senhor precisa dele!” E levar o Senhor por meio da música, sem vaidade, é sua missão!
O erro de Herodes foi sério: permitiu que o povo o adorasse. Por isso teve a pena de morte.
Se você tem um maravilhoso dom de pregar, de cantar, ou tocar, ou animar uma assembleia, lembre-se de que Deus lhe deu esse dom, foi Ele quem o colocou onde está. Cuidado para não se envaidecer!
Se você pretende andar com Deus, cantar e tocar para o Senhor, então há um princípio vitalmente importante e inviolável a manter em sua mente: TEM DE SE LEMBRAR DE DAR GLÓRIA A DEUS.
Na próxima semana iremos falar de Caim, abrangendo a tentação do ciúme.

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