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sábado, 26 de setembro de 2009

No que consiste o nosso canto?

“Quereis cantar louvores a Deus? Sede vós mesmos o canto que ides cantar. Vós sereis o seu maior louvor, se viverdes santamente.”
(Santo Agostinho)

Sábio pensamento, este de Santo Agostinho. E é com ele que damos o ponta-pé inicial ao nosso Projeto CANTO NOVO, com uma nova roupagem, um novo foco, pois o Espírito Santo sempre tem algo inédito a nos revelar.
Podemos partilhar um pouco neste mês sobre a realidade em que se encontram nossos ministros de músicas nos dias de hoje. E devemos nos questionar:
No que consiste o nosso canto?
Sempre digo que o ministro de música vive como em uma corda bamba, a todo o momento buscando se manter firme na meta de não cair, ou seja, de não se deixar levar pelas vaidades. É uma luta constante que só terminará no céu. Aleluia!
Infelizmente, parece que se perdeu a essência do servir. Nos deixamos levar pela rotina e colocamos de lado a espiritualidade, para cumprir “obrigações” de estar sempre no mesmo lugar, fazendo as mesmas coisas.
Isso precisa mudar, pois antes de FAZER, nós SOMOS, antes de desempenharmos um ministério, tivemos uma experiência pessoal com o Amor de Deus. Ele nos chamou, nos confiou um ministério que é nossa rede para pescar almas, como nos diz o Senhor :
“Vinde após mim e vos farei pescadores de homens.” (Mt. 4, 19).
Mas, é imprescindível para uma boa pescaria que as redes estejam fortes e sem danos. Por isso o Senhor nos convida a ir além, a dar um passo a mais. O de realmente nos decidir a viver o que cantamos, o que pregamos, em atos concretos. Nós não podemos estar dependentes do microfone ou de um instrumento para evangelizarmos, ou seja, necessitamos viver a autenticidade do Evangelho que consiste unicamente em amor, em amar. É o amor que marca cada parágrafo da Boa Nova, cada milagre de Jesus, todo o seu ministério e especialmente Sua morte de Cruz. Como nos ensina Santa Terezinha:
“O Amor é o ponto de partida para tudo!”.
O Amor tem que ser o ponto de partida do nosso servir, só assim ele será eficaz. Do contrário, é somente vazio, aparências, não tem alicerce, não finca raízes.
Precisamos entoar com nossas vozes o amor perfeito de Jesus, cantar o mais alto que pudermos que é esse amor louco, cravado num madeiro que cura e que salva, independente de quem canta ou de quem toca, pois o Amor de Deus não se condiciona a essas pequenas coisas, ele é muito maior. O Amor pode transformar tudo!
Temos que assumir de uma vez por todas nossos lugares de servos, nos colocarmos no último lugar e na humildade nos reconhecermos pequenos e dependentes da graça de Deus, buscando a santidade e nos tornando homens e mulheres orantes. Assim como nos afirma o CIC no nº. 2559:
“A humildade é o fundamento da oração. A humildade é a disposição para receber gratuitamente o dom da oração; o homem é um mendigo de Deus”.
Quando olharmos a nossa volta e começarmos a enxergar o sofrimento do próximo, indo ao seu encontro e direcionarmos o nosso servir neste intuito, tudo terá mais sentido e o primeiro passo será dado rumo à santidade, a vida eterna que compensará todos os sofrimentos desta terra.
Sigamos o exemplo de nossa querida Santa Terezinha do Menino Jesus:
“A santidade não está em tal ou tal prática; consiste numa disposição do coração que nos torna humildes e pequenos nos braços de Deus, conscientes de nossa fraqueza e confiantes até audácia em sua bondade de Pai”.
E que esse possa ser o nosso único desejo, sermos verdadeiros mendigos de Deus, que nada tem, nada são, senão no Senhor, que nos envolve em sua infinita misericórdia. Simples servos que somente almejam agradar o seu Senhor e fazer com que ele seja amado por todos, fazendo de nossas vidas o mais bonito e agradável louvor.
Que o nosso canto seja renovado para que junto com Jesus nossas vidas renasçam para o novo de Deus. Um abraço fraterno!

Liliane do Nascimento
Consagrada da Comunidade Chagas de Amor

sábado, 19 de setembro de 2009

Além de músico

"Meu filho, se você se apresenta para servir ao Senhor, prepare-se para a provação. Tenha coração reto, seja constante e não desvie no tempo da adversidade". (Eclo. 2-1,2)

Não poderia ser diferente... Quando orava hoje pela manhã foi com este texto de Eclesiástico que iniciei o meu dia, e são nestas palavras que me apego, quando as situações e dificuldades me perseguem...
Trabalhar com a música religiosa é um chamado, uma vocação, um sim constante e conversão diária. Todo músico, cantor(a) ou pessoas ligadas à música sabem o quanto é maravilhoso poder colocar esse dom totalmente a serviço. E quantas são as dificuldades de evangelizar hoje em nosso país. Sabemos das provações que passamos e da postura que devemos assumir. E não são poucas.
A nossa música deve ser levada com conteúdo, com melodia. Deve mudar, fazer um coração voltar-se ao Senhor, quando tudo parece difícil. Não basta apenas ter um dom magnífico, primeiramente deve-se ser filho, humano, pronto a perceber que ao redor de todos que te ouvem existem pessoas que necessitam de algo mais de você. Uma atenção, um sorriso... Um ouvido, uma partilha...
A música é uma linda profecia que deve ser vivida na vida cotidiana. Cantamos muitas vezes o que vivemos ou aquilo que queremos viver, sabendo de nossas limitações e fraquezas. Somos pessoas normais, que sofrem, se emocionam, que vivemos a sensibilidade à flor da pele, que temos nossos momentos de questionamentos, de reflexão e contemplação. Sentimos saudades, carências e buscamos o equilíbrio necessário para colocar o serviço a Deus em primeiro lugar. Você que agora lê esta pequena mensagem, com certeza convive com pessoas que trabalham com música em sua paróquia ou até mesmo você é um cantor, uma cantora religiosa. Nunca deixe que o egoísmo, a sede de querer aparecer mais que os outros ou até mesmo o dom de cantar ultrapasse o seu limite de ser humano e sentir as coisas com humildade. Se você perder isso, perderá a essência de ser de Deus. Querer aprender a ser pequeno no grande amor que Ele nos vota, também é um dom maravilhoso.

Karla Fioravante
Cantores de Deus - São Paulo-SP

sábado, 12 de setembro de 2009

O músico que não reza

Preciso ser claro quanto a uma coisa: o músico que não reza não toca com amor, mas apenas com prazer. E esse prazer é pela arte da música e não o prazer de gozar da presença de Deus. Até cantamos isso “meu prazer é estar nos átrios do Senhor….”, mas a verdade é que muitos músicos sentem-se tocados pelo arranjo da música ou pelo timbre das vozes… não estou com coração transbordando de amor por Deus.
Desculpe-me até dizer que o músico que não reza é como aquele homem do livro dos provérbios, que diz: “O que entoa canções ao coração aflito é como aquele que despe uma peça de roupa num dia de frio, e como vinagre sobre a chaga.” Pr 25,20
Seríamos exatamente isso: como vinagre sobre as chagas de alguém, ou seja, não levaríamos alívio algum, mas apenas dor e aflição. Não seríamos capazes de acrescentar nada aos outros.
Por isso meu querido irmão e minha querida irmã, antes de sua voz e do seu violão, coloque sua intimidade com Deus em primeiro lugar. Lembrem-se do que cantamos “como vela que queima no altar, se derramar de amor” …… Derrame-se mesmo, mas por um amor verdadeiro, fiel e santo!!
Aí sim nossa música dará frutos que permanecerão. (Jo 15,15).
Abraços
Jorge

sábado, 5 de setembro de 2009

Mortificação: o fôlego espiritual do músico

Para viver a sua consagração, você precisa abolir o fumo, o álcool, a droga. O fumo faz mal para sua voz. O álcool também faz mal para sua voz, mas faz maior mal para a sua pureza, a sua sexualidade. De aperitivo em aperitivo, de cervejinha em cervejinha, você acaba indo longe e cai. No ministério de música não se deve fumar nem se beber. Mas isso é radicalismo? Você pode perguntar: “Quem mal existe em fumar e em beber?” De quem você está a serviço: da vida ou da morte? O fumo traz vida? Não, o fumo traz morte. Ele acaba com o alimento da sua vida, que é o oxigênio para os seus pulmões. Não condeno os que fumam. Mas quero tirar o fumo da boca dos que fumam. Você pode entregar o seu cigarro para Deus hoje. E nunca mais fumar. É importante que no ministério inteiro todos tomem essa decisão. Um membro da nossa comunidade é irmão de um rapaz que jogou vôlei e foi da Seleção Paulista. Certa vez, o time estava saindo de viagem, quando o técnico aproximou-se desse rapaz, colocou a mão no bolso da camisa dele, e arrancou o maço de cigarro, jogou no chão, pisou em cima e disse: “Ou você joga fora essa droga e não a põe nunca mais na boca ou você não joga no meu time!”. O técnico tinha razão. Num jogo de vôlei é preciso ter fôlego e por isso não se pode fumar. Da mesma forma, um músico de Deus precisa ter fôlego e fôlego espiritual! “Ou você joga fora essa porcaria, essa droga, ou você não toca nem canta na minha banda. Decida-se!” Com o álcool é a mesma coisa. Quem teve um pai ou mãe alcoólatra sabe o que é isso… E muito músico foi vítima da bebida. Se você não teve esse problema na sua casa, graças a Deus, mas já viu em outras famílias o que é alguém que bebe. A bebida é morte. Satanás usa do álcool para matar pessoas. Matar famílias. Matar vidas. Matar amor. Você queria ser concebido pela embriaguez do seu pai? Queria ser fruto de um relacionamento em que seu pai, bêbado, teve sua mãe de maneira forçada e brutal? Claro que não! O álcool leva à degradação, à morte, à morte do amor. Porque, em seu ministério de música, você precisa beber? Há tanto suco, refrigerante e tanta água neste mundo de Deus! Você não precisa do álcool! Por que estou dizendo isso? Porque se outros conjuntos e bandas estão a serviço de satanás, é preciso que você, de um ministério a serviço de Jesus Cristo, se mortifique e faça um jejum voluntário. O nosso ministério de música faz jejum voluntário de cigarro, de álcool e de drogas, para que cada um seja realmente consagrado com força. Se você não começar a fazer jejum dessas coisas mínimas, como cigarro, álcool, você não resistirá a tentação nenhuma: não viverá como consagrado e não conseguirá se afastar da tentação que atinge de cheio o músico de Deus. Não seja mais ingênuo, comece o seu jejum pelo álcool. Deixe, a partir de hoje, o cigarro e a bebida. Seja como João Batista! Você, músico, que prepara o caminho do Senhor, tem de ser como João Batista. Do contrário você é um ingênuo. Você só quer sucesso? O seu sucesso vai derrubar você! Queira Deus que ele [sucesso] não derrube a sua banda, o seu conjunto, o seu ministério de música! Se você vê alguém que entra nessa, tire esse menino ou menina do grupo. Você não pode confiar em alguém que só quer sucesso: ele não aguenta nada. Aquele treinador de vôlei arrancou o maço de cigarro daquele rapaz, jogou-o no chão, pisou em cima e disse: “Ou você joga fora essa droga e não a põe nunca mais na boca ou você não joga no meu time!”. Jesus tem o direito de fazer a mesma coisa. Você que está à frente do seu ministério de música tem o dever de fazer isso também: seja um treinador severo, como aquele treinador de vôlei.

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova
Fonte:
http://www.cancaonova.com/