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sábado, 25 de julho de 2009

A espiritualidade do músico católico

A Paz, irmãos!
Segue abaixo um artigo do nosso querido Padre Roger Luís da Canção Nova.O conteúdo é muito ungido, é uma verdade que há muito tempo eu não via nem ouvia ser pregada, ensinada… Não sei por que… Existem Verdades que misteriosamente vão caindo no esquecimento do povo de Deus, a partir dos líderes, pregadores, animadores, etc.
Ulisses

Beba da graça abaixo:
O Espírito Santo é a criatividade por excelência. É Ele quem dá a criatividade.
O músico exerce uma função importante na liturgia e também nos momentos de louvor. O que precisa estar muito presente no coração dele é a dinâmica da espiritualidade. A espiritualidade do músico católico deve ser voltada para a experiência católica.
Um exemplo: um músico católico que não vai à Missa, deixa de ser um músico católico, porque ela é o auge da espiritualidade católica. Outra coisa que precisa ficar presente na espiritualidade do músico católico é a Adoração Eucarística, buscar Jesus na Eucaristia e todas as suas vertentes, como a intimidade com a Palavra de Deus.
Você, músico, conhece muito bem as fontes de inspiração. Quando a música brota da Palavra de Deus, ela tem uma eficácia sobrenatural, basta você musicar a Palavra pela inspiração, buscar a harmonia no coração de Deus e você vai ver como a música “pega”. A Bíblia em si já traz vida, libertação e cura. Precisamos fazer uma experiência com a Palavra de Deus.
Algo importante também é a intimidade com o Espírito Santo, porque – em minha opinião, e creio que não seja só em minha opinião – isso é obra de Deus, pois a inspiração da música católica precisa vir do Espírito Santo.
Nós também não precisamos consultar harmonias da música secular para colocar na música católica. Pois, assim, perde em unção, perde em eficácia, porque o Espírito Santo é a criatividade por excelência. É Ele quem dá a criatividade, então, não há necessidade de buscá-la em outras fontes.
Há uma passagem do profeta Jeremias que diz: “Os grandes da cidade enviaram os servos à procura de água. Encaminham-se estes às cisternas; água, porém, não encontram, e voltam com os recipientes vazios, envergonhados, confundidos, cobertas as cabeças” (Jer 14,3). O povo estava deixando as águas puras para buscar água em cisternas vazias.
Isso é muito importante para que tenhamos consciência. Não deixe a “água pura”, a fonte da Palavra, da Eucaristia, da experiência dos santos, do relacionamento pessoal com a Virgem Maria. Tudo isso é fonte de inspiração. Não busque em “cisternas” vazias! Deus fala a nós nessa Palavra e nos indica o caminho a seguir.
A música, então, precisa brotar da oração e não de um acorde secular. O acorde é Deus quem vai dar. Conheço muitos músicos e, partilhando com eles sobre o nascimento de uma música, sei que ela vem de um momento de oração e Adoração Eucarística.
A música católica não é feita para fazer sucesso. O sucesso que Deus quer são almas salvas, vidas transformadas, pessoas curadas! E a música tem este poder. Assim como tem o poder de fazer uma pessoa se embriagar, se drogar – como vemos, por exemplo, nas festas rave – ela tem o poder de transformar uma vida. Nós precisamos “virar a mesa”, virar o jogo e apresentar uma música pura, que vem do Céu e transforma vidas.
Que Deus abençoe você e que Ele próprio o inspire. Não busque fora de Deus, porque só Ele tem a inspiração para o novo da sua canção.

Padre Roger Luis da Silva
Comunidade Canção Nova

sábado, 18 de julho de 2009

É preciso ter um cântico profético

“Minha alma glorifica o Senhor, e meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador...” (Lc 2,46-ss)
Estamos no mês de maio, um mês, no qual, com todo carinho, dedicamos à Nossa Senhora, à Mãe de Deus e nossa mãe. Portanto quero partilhar com vocês um pouco da presença da Virgem Maria na vida do ministro de música.
Os versículos acima citados fazem parte do Magnificat, também conhecido como o “Cântico de Maria”. O que levou Nossa Senhora a dizer, a cantar tão belo louvor à Deus? De forma bem resumida trago 3 pontos:
Primeiro, Maria estava cheia, repleta do Espírito Santo. Ela é a esposa do Espírito Santo, a cheia de graça. Foi por obra dEle que Jesus foi gerado no seio virginal de Nossa Senhora. Foi a ação do Espírito Santo que fez com que uma “simples” saudação à Isabel, sua prima, enchesse-a do mesmo Espírito. Maria, íntima do Espírito Santo.
Segundo, ela trazia em suas entranhas o Filho de Deus, Jesus. Não estava só! Jesus e Maria se nos apresentam, neste mistério, tão intimamente unidos, que Jesus está todo em Maria, e Maria toda em Jesus. Esta união mística não se rompeu com o nascimento do Senhor. Os corações jamais se desuniram. Maria, íntima de Jesus.
Terceiro, Maria conhecia a Palavra de Deus, porque cada parte desse cântico é retirado de um trecho das Sagradas Escrituras. Resplandece no Magnificat a laudação própria dos salmos e nele se vêem reminiscências também de vários livros do Antigo Testamento, como dos profetas, do Pentateuco e dos Livros Sapienciais. Em média há 14 citações diferentes do Antigo Testamento. Maria, íntima da Palavra de Deus, íntima de Deus.
Com Maria, aprendemos hoje que necessitamos ser íntimos de Deus Pai, de Jesus Cristo e do Espírito Santo. Ler as Sagradas Escrituras, adorar à Jesus Sacramentado, clamar o Espírito Santo, participar da Santa Missa, são atitudes que todo cristão precisa realizar. Podemos somar ainda a reza do Santo Rosário, uma forma de, unido à Maria e por Sua intercessão, sermos mais próximos de Deus.
Dessa forma, amigo músico, o seu canto também será profético!

Nossa Senhora Aparecida, rogai por nós!

Em Cristo,
Emanuel Stênio
Missionário e músico da Canção Nova

sábado, 11 de julho de 2009

A arte clínica da música

por Karla Fioravante

“Musicoterapia é a utilização da música e/ou de seus elementos (som, ritmo, melodia e harmonia), por um terapeuta qualificado, com objetivo de facilitar e promover comunicação, relacionamento, aprendizado, mobilização, expressão, organização entre outros objetivos terapêuticos relevantes, buscando atender às necessidades físicas, mentais, sociais e cognitivas”. (Federação Mundial de Musicoterapia)

Ao falar em Musicoterapia, logo vem a pergunta: Como funciona esse método terapêutico? – É aula de música? Canta-se, toca-se para o paciente? Como é que se dá esse processo?Inicialmente, deixaremos bem claro que a Musicoterapia não é aula de música e nem apenas uma forma de atuação onde o terapeuta canta e toca com o paciente.
O Musicoterapeuta é um profissional qualificado que cursa quatro anos de graduação e se aprimora tanto na parte clínica, quanto na parte musical, que é utilizada como instrumento de trabalho por esse profissional. O estudante de Musicoterapia tem aulas de música (percepção, instrumento, canto, teoria musical), aulas de psicologia, neurologia, psiquiatria, gerontologia que são áreas médicas, além da História da Arte, Filosofia, Sociologia etc. Foi reconhecida como ciência apenas nos últimos 50 anos, após a 2ª Guerra Mundial em hospitais nos EUA. Era uma das únicas formas de terapia, que buscava desenvolver e/ou restaurar funções do indivíduo, por ser um processo dinâmico, criativo e estreitamente vinculado à Medicina (1889). A música e a aplicação de sons tratavam problemas emocionais, traumas pós-guerra, restabeleciam funções e proporcionavam bem-estar e qualidade de vida às vitimas da guerra.
As possibilidades de comunicação através da música estão na capacidade de ultrapassar a censura verbal consciente e sua ligação íntima com a vida. (Priestley, 1987). O processo terapêutico se dá a partir da aliança entre o terapeuta e o paciente; na confiança e abertura para que sejam partilhadas experiências passadas e futuras; abrindo-se para perceber e notar movimentos e respostas no meio social e conteúdos internos. Nesse processo ocorre uma aliança, sendo que a forma de expressão do paciente não se baseia apenas na verbalização do sujeito ao terapeuta, mas também, na expressão não verbal, e sim, musical do paciente. Os movimentos não verbais também expressam muito de si a outrem, portanto, o que se ouve, como essa música chega a nós, que conteúdos manifestados reportam e lembram, demonstram parte de nós que deve ser trabalhado em terapia.
O fazer música junto, o compor, improvisar, recriar e o ouvir fazem parte deste processo. São partes de um todo, onde o principal beneficiado é o paciente; onde o terapeuta pode executar da melhor e mais eficaz forma sua atuação, promovendo saúde, alcançando os objetivos terapêuticos de melhora do paciente. Indicações: Área de Saúde: Doença Mental (Psiquiatria Geral) Deficiência Mental, Geriatria, Síndromes Genéticas, Paralisia Cerebral, Deficiência Sensorial – cegueira, surdez -, Autismo, Distúrbios Neurológicos. Prevenção e Processo Neonatal: Gestantes, bebês, crianças, adolescentes, adultos. Escolas e Educação: Distúrbios e Déficit de Atenção e Hiperatividade, Desenvolvimento psicopedagógico. Processo Social: Musicoterapia nas Empresas e Instituições.

sábado, 4 de julho de 2009

Música também é vocação...

Para se chegar ao coração de alguém, levando consigo a imagem e o amor do Pai, através do meio mais belo que é a Arte, a Música, é necessário a consciência de atitudes práticas que nos colocam diante da vontade de Deus, e nos fazem discípulos anunciadores da Boa Nova de Jesus Cristo.
A primeira delas, é reconhecer a graça de ser um escolhido para anunciar. Reconhecer em si a autoridade divina que nos transforma de simples músicos a instrumentos da graça.
Você já pensou na maravilhosa missão que Deus te concede a cada dia enquanto músico cristão? Muitos parecem querer estar à frente, ministrando... Começam por achar que devem tocar, cantar, estar envolvidos porque “gostam de música” ou porque “ Deus falou”, quando na verdade: assumir um ministério significa responder a um chamado específico. Um convite destinado a poucos, com o propósito de estar a serviço, com a disposição para ser humilhado, não apenas ser ouvido, às vezes tratado com indiferença, porque os homens agradáveis a Deus são provados pelo caminho da humilhação.
Sabemos que a música faz parte da nossa vocação quando somos capazes de reconhecer as dificuldades e , apesar delas, saber que valerá a pena seguir em frente.
Pe. Jonas (Fundador da Comunidade Canção Nova) fala em seu livro: “Músicos em ordem de batalha”, da importância de se reconhecer como escolhido para essa missão de “resgate de almas”. Ele diz logo no primeiro capítulo: “... Seu trabalho é de transformação de pessoas, de estruturas, de sociedade, transformação de humanidade, para fazer novas criaturas, um mundo novo... Nossa tarefa é uma guerra, é uma luta contínua.
Não podemos esquecer que o inimigo é desleal.”
Por isso amigo músico, para seguir firma nesta batalha espiritual, é preciso ter claro antes de mais nada o chamado que devo responder e a responsabilidade que possuo perante Deus na posição que ocupo. “Não fostes vós que me escolhestes, mas Eu escolhi a vós e vos constituí para que vades e produzais fruto, e o vosso fruto permaneça” (Jo 15,16).
Partindo dessa certeza, e contando com a graça de Deus através de nossas orações, é preciso agora estar aberto para o NOVO, para a ação de Deus no coração e na vida das pessoas que se aproximarem.
Nos próximos programas, conversaremos sobre os meio de se chegar a um projeto pleno, enquanto ministros de música, respondendo da melhor forma a este chamado do próprio Cristo.