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domingo, 28 de novembro de 2010

Você está a serviço da vida ou da morte?

"Para viver a sua consagração, você precisa abolir o fumo, o álcool, a droga. O fumo faz mal para sua voz. O álcool também faz mal para sua voz, mas faz maior dano para a sua pureza e para a sua sexualidade. De aperitivo em aperitivo, de cervejinha em cervejinha, você acaba indo longe e cai. No ministério de música não se deve fumar nem se deve beber.
Mas isso é radicalismo? Você pode perguntar: “Que mal existe em fumar e em beber?” De quem você está a serviço: da vida ou da morte? O fumo traz vida? Não, o fumo traz morte! Ele acaba com o alimento da sua vida, que é o oxigênio para os seus pulmões. Não condeno os que fumam. Mas quero tirar o fumo da boca dos que fumam. Você pode entregar o seu cigarro para Deus hoje. E nunca mais fumar. É importante que no ministério inteiro todos tomem essa decisão.
Um membro da nossa comunidade é irmão de um rapaz que jogou vôlei e foi da Seleção Paulista. Certa vez, o time estava saindo de viagem, quando o técnico se aproximou desse rapaz, colocou a mão no bolso da camisa dele e arrancou o maço de cigarro, jogou no chão, pisou em cima e disse: “Ou você joga fora essa droga e não a põe nunca mais na boca ou você não joga no meu time!”. O técnico tinha razão. Num jogo de vôlei é preciso ter fôlego e por isso não se pode fumar.
Da mesma forma, um músico de Deus precisa ter fôlego e fôlego espiritual! “Ou você joga fora essa porcaria, essa droga, ou você não toca nem canta na minha banda. Decida-se!” Com o álcool é a mesma coisa. Quem teve um pai ou mãe alcoólatra sabe o que é isso... E muito músico foi e é vítima da bebida. Se você não teve esse problema na sua casa, graças a Deus, mas já viu em outras famílias o que é alguém que bebe. A bebida é morte. Satanás usa do álcool para matar pessoas. Matar famílias. Matar vidas. Matar amor".

(Trecho do livro "Músicos em ordem de batalha" de Monsenhor Jonas Abib)

sábado, 27 de novembro de 2010

Nossa Senhora das Graças, rogai por nós!

Um dos mais valiosos presentes da Santíssima Virgem para a humanidade, foi dado no dia 27 de novembro de 1830, por meio de Santa Catarina Labouré, humilde freira da Congregação das Filhas da Caridade. Isto foi na Rua De Lubac, no centro de Paris, na Capela da Medalha Milagrosa.
Nesse dia, segundo relata a Vidente, Nossa Senhora apareceu-lhe mostrando nos dedos anéis incrustados de belíssimas pedras preciosas, “lançando raios para todos os lados, cada qual mais belo que o outro”.Em seguida, formou-se em torno da Virgem uma moldura ovalada no alto da qual estavam escritas em letras de ouro as seguintes palavras, a bela jaculatória:
"Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós".
Esta foi uma prova do céu de que Nossa Senhora é Imaculada, concebida sem pecado original; vinte e quatro anos depois o Papa Pio IX proclamava solenemente o dogma da Imaculada Conceição de Maria no dia 8 de dezembro de 1854; e quatro anos após Nossa Senhora aparece em Lourdes e diz a Santa Bernadete: “Eu Sou a Imaculada Conceição”. Quantas provas de sua Imaculada Conceição!
A Virgem apareceu sobre um Globo, a Terra, pisando a cabeça da Serpente e segurando nas mãos um globo menor, oferecendo-o a Deus, num gesto de súplica. E diz a Santa Catarina: “Este globo representa o mundo inteiro e cada pessoa em particular”. De repente, o globo desapareceu e suas mãos se estenderam suavemente, derramando sobre o globo brilhantes raios de luz. E Santa Catarina ouviu uma voz que lhe dizia:
“Fazei cunhar uma medalha conforme este modelo. Todos os que a usarem, trazendo-a ao pescoço, receberão grandes graças. Estas serão abundantes para aqueles que a usarem com confiança.” Em 1832, uma violenta epidemia de cólera assolou a cidade de Paris. Foram, então, cunhados os primeiros exemplares da medalha, logo distribuídos aos doentes. À vista das graças extraordinárias e numerosas obtidas por meio dessa medalha, o povo passou a chamá-la de Medalha Milagrosa. Em pouco tempo, essa devoção difundiu-se pelo mundo inteiro, e foi enriquecida com a composição de uma Novena.Nossa Senhora foi a única criatura que nunca ofendeu a Deus, por isso o Anjo a chama de “cheia de Graça”; assim, ela encanta o coração de Deus e Este lhe atende todas as súplicas como nos mostra as Bodas de Caná da Galiléia. Se os nossos pecados dificultam a nossa comunhão com Deus e nos impedem de obter suas graças, isto não ocorre com Nossa Senhora, então, como boa Mãe, ela se põe como nossa magnífica intercessora.
Mais do que em outros dias, hoje é dia de Graças; peça tudo o que desejar a Nossa Senhora das Graças e já comece a agradecer; pois, se for para o seu bem, Deus lhe concederá pelas mãos benditas de Sua Mãe querida. Afinal, ela é a Filha predileta do Pai, a Esposa bendita do Espírito Santo e a Mãe Santa do Filho de Deus. O que ela não consegue de Deus?

Prof. Felipe Aquino – www.cleofas.com.br

Súplica a Nossa Senhora das Graças
Ó Imaculada Virgem Mãe de Deus e nossa Mãe, ao contemplar-vos de braços abertos derramando graças sobre os que vo-las pedem, cheios de confiança na vossa poderosa intercessão, inúmeras vezes manifestada pela Medalha Milagrosa, embora reconhecendo a nossa indignidade por causa de nossas inúmeras culpas, acercamo-nos de vossos pés para vos expor, durante esta oração, as nossas mais prementes necessidades (momento de silêncio e de pedir a graça desejada).
Concedei, pois, ó Virgem da Medalha Milagrosa, este favor que confiantes vos solicitamos, para maior Glória de Deus, engrandecimento do vosso nome, e o bem de nossas almas. E para melhor servirmos ao vosso Divino Filho, inspirai-nos profundo ódio ao pecado e dai-nos coragem de nos afirmar sempre como verdadeiros cristãos. Amém - (Rezar 3 Ave Marias) - Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós.

Oração Final:
Santíssima Virgem, eu creio e confesso vossa Santa e Imaculada Conceição, pura e sem mancha. Ó puríssima Virgem Maria, por vossa Conceição Imaculada e gloriosa prerrogativa de Mãe de Deus, alcançai-me de vosso amado filho a humildade, a caridade, a obediência, a santa pureza de coração, de corpo e espírito, a perseverança na prática do bem, a castidade, uma santa vida e uma boa morte. Amém.

Nossa Senhora das Graças, rogai por nós!

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Santa Cecília, rogai por nós!

Dia 22 de novembro, dia do músico, fazemos memória de Santa Cecília padroeira dos músicos. Saiba sobre sua história e testemunho:
Existe uma mártir da Igreja que nos deixou uma história fenomenal, é padroeira, protetora dos músicos. Cecília viveu nos primeiros séculos da Igreja, era de família nobre, que tinha posses. Naquele tempo, a Igreja vivia o duro período da perseguição.
Para professar a fé, se encontrar com a Palavra e a Eucaristia muitos tinham que celebrar às escondidas. Muitas vezes isso acontecia nas casas das famílias e Cecília tinha o prazer de emprestar sua casa para a celebração da Santa Missa.
Cantava maravilhosamente, fazendo com que todos sentissem a presença de Deus, também era instrumentista – tocava piano e harpa. E, por causa de sua beleza externa e também por causa de sua voz, o imperador quis possuí-la; então a convidou para ir até seu palácio e lhe fez esta proposta: “venha morar comigo aqui no palácio e eu lhe darei tudo que você ainda não pôde experimentar. Quero ouvir sua música e ter você a meu lado”.
Ela respondeu que não poderia ir, porque estava noiva e amava Jesus de Nazaré. Então voltou para casa, mas começa a ser perseguida pelo imperador para que mudasse de idéia. Mas permaneceu fiel.
Chegando o dia das núpcias de Cecília, quando partilharia com seu esposo o amor que celebraram diante de Deus. No leito nupcial, ela faz uma revelação a seu esposo, olhando em seus olhos, “O amor do Senhor me conquistou. Eu te amo também, mas preciso lhe pedir que me permita viver para Ele, mesmo estando a seu lado. Guardando a minha virgindade.”
O marido confuso, mas também tocado por suas palavras responde “Eu acredito em você se um anjo vier e disser que você pertence a Deus”. Então Cecília se ajoelhou e fez uma oração que seu esposo jamais esqueceu, pedindo a Deus este sinal.
Aqui encontramos a espiritualidade do músico pois a canção, na verdade, é extensão, conseqüência de toda intimidade que o músico tem com o Senhor.
O anjo então, se entrou no quarto nupcial e se aproximando do esposo, diz “Ela pertence ao Senhor”. Naquela hora, o esposo consagrou-se também ao Senhor para viver unido a ela como casal, mas os dois castamente para o Senhor.
Mas o imperador não desistiu e depois matar o esposo de Cecília, pediu-lhe que renunciasse a Deus. Ela negou e ficou presa uma semana, sem nenhum contato com ninguém, não podia nem cantar. Mas permaneceu firme e consciente do que queria, mesmo enfraquecida. Todo músico passa por situações dolorosas, quem não sofre não vive, quem não vive não cresce, quem não cresce não morre e quem não morre não ressuscita.
Depois de ter sobrevivido a um incêndio, tiraram-lhe seu instrumento mais precioso – sua voz. O soldado cortou com uma faca a garganta de Cecília. É conhecimento médico que alguém sofrendo um corte nesta área, morre em minutos. Mas por um milagre ela sobreviveu ainda por três dias.
Os cristãos que estavam por perto, pediram que escrevesse um “testamento”. Cada músico precisa pensar em seu testamento. Nosso Senhor deixou seu testamento na cruz, por meio das 7 palavras. Qual herança você vai deixar?
Cecília escrevia as últimas recomendações a seus criados e amigos. Uma delas era que sua casa fosse transformada em uma Igreja, e de fato hoje a casa de Cecília está no subsolo de sua basílica. Antes de morrer disse, por meio de gestos “morro por causa de meu Deus”
Dê a Deus o seu melhor, como Cecília que não teve medo de dar até a própria vida. Nós precisamos de cristãos que tem a coragem de dar a vida, há esperança para o nosso Brasil, há esperança para a Igreja.
Não retenha nada para si, confie, dê ao Senhor o seu máximo. Porque Ele já lhe deu tudo, já fez tudo por você. Músico não retenha nenhuma nota sequer, dê tudo ao Senhor.
Não espere amanhã, não podemos aumentar um dia sequer na nossa existência. E se for a sua última chance? Renda-se diante do amor de Deus, renda-se diante do tudo que Deus lhe deu. Se você precisa de ajuda, eu também preciso, todos nós precisamos. Mas comece com humildade, uma coisa de cada vez. Comece rendendo-se ao Senhor.

Padre Delton Filho
Comunidade Coração Fiel

domingo, 21 de novembro de 2010

Solenidade de Cristo Rei do Universo

Será que você tem deixado Cristo ser o Senhor e o dono de sua vida?

A Igreja canta, neste dia, na sua oração: "Cristo Rei, sois dos séculos Príncipe, Soberano e Senhor das nações! Ó Juiz, só a vós é devido julgar mentes, julgar corações".
Muito significativo para nós este dia em que proclamamos em alta voz: Jesus Cristo é o Rei no Universo, da Igreja e de nossas vidas. Nada e ninguém pode tirar isto de nós! Mas será que a nossa vida diz e expressa que Jesus é o Rei e o Senhor, Aquele que tem a realeza e supremacia sobre nós? Pergunta que cabe a cada um de nós responder ao próprio Jesus.
Contudo, queremos entender o significado desta festa para a Igreja.
Hoje, último domingo do Ano Litúrgico, celebra-se a Solenidade de Cristo Rei do Universo. Desde o anúncio do nascimento do Senhor, o Filho unigênito do Pai, que nasceu da Virgem Maria, é definido "rei" no sentido messiânico, ou seja, herdeiro do trono de Davi, segundo as promessas dos profetas, para um reino que não terá fim (cf. Lc 1, 32-33). A realeza de Cristo permaneceu totalmente escondida até aos seus trinta anos, transcorridos numa existência comum em Nazaré. Depois, durante a vida pública, Jesus inaugurou o novo Reino, que "não é deste mundo" (cf. Jo 18, 36) e, no final, realizou-o plenamente com a sua morte e ressurreição. Ao aparecer ressuscitado aos Apóstolos, disse: "Toda a autoridade me foi dada no céu e sobre a terra" (Mt 28, 18). Esta autoridade brota do amor, o qual foi plenamente manifestado por Deus no sacrifício do seu Filho. O Reino de Cristo é dom oferecido aos homens de todos os tempos, para que todo aquele que acredita no Verbo encarnado "não morra, mas tenha a vida eterna" (Jo 3, 16).
A realeza de Cristo, que nasce da morte no Calvário e culmina no acontecimento dela inseparável, a ressurreição, recorda-nos aquela centralidade, que a ele compete por motivo daquilo que é e daquilo que fez. Verbo de Deus e Filho de Deus, primeiro que tudo e acima de tudo, «por Ele — como em breve repetiremos no Credo — todas as coisas foram feitas», Ele tem um intrínseco, essencial e inalienável primado na ordem da criação a respeito da qual é a suprema causa exemplar. E depois que «o Verbo se fez homem e habitou entre nós» (Jo 1, 14), também como homem e Filho do homem, adquire um segundo título na ordem da redenção, mediante a obediência ao desígnio do Pai, mediante o sofrimento da morte e conseqüente triunfo da ressurreição.
Por isso, precisamente no último Livro da Bíblia, o Apocalipse, o Senhor proclama: "Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim" (Ap 22, 13).
Falando de algo pessoal. Será que você tem deixado o Cristo ser o Senhor e o dono de sua vida, de sua vontade? E até que ponto você tem deixado Aquele que é o centro, o Rei e tem o controle de todos as coisas, dirigir sua vida? Isso não nos constrange, mas nos leva a refletir qual o lugar que temos dado ao Senhor em nossa vida.
Que você tome a linda decisão de assumir em suas ações, sua vida e, principalmente, sobre sua vontade o Cristo, que é Rei e Senhor.

Padre Reinaldo C. da Silva

sábado, 20 de novembro de 2010

O Espírito Santo precisa atuar no seu serviço

Deus vem, nos enche do Espírito Santo e realiza por meio de nós, o tempo vai passando e a gente acaba caindo na independência. Isso é um grande erro. Deus nos escolheu, meus irmãos! A luta está grande? Sim, está! Mas está só começando. Antigamente a gente cantava de qualquer jeito para Jesus, mas hoje em dia as pessoas buscam música de qualidade, querem um teatro cristão de qualidade, querem uma dança de qualidade. Mas se ficar só na qualidade não adiantará, além de qualidade é preciso ter a unção do Espírito Santo, para que as pessoas se encantem com a beleza da arte, mas também se encontrem com Deus.
Nós precisamos ter este Espírito Santo de poder e força, para sermos canais da graça aos outros, mas também precisamos d'Ele para nós mesmos, pois virão momentos em que passaremos por dificuldades em nosso ministério e é assim que seremos sustentados: pelo Espírito Santo. Haverá momentos em que nós precisaremos rezar pelo nosso irmão do ministério.
Jesus sofreu muito e este é o Deus que o escolheu, que o capacita e que o unge; se Ele passou por sofrimentos, você também passará!
No ano passado minha esposa e eu resolvemos ficar grávidos e estava indo tudo bem, mas em um determinado dia ela acordou com dor de cabeça e no final daquele dia estávamos no hospital, ela havia perdido o bebê. Perdemos nosso chão, mas precisávamos passar por aquilo, Deus sabe aonde Ele quer nos levar com isso. Hoje ela já está grávida de novo.
Convide o Espírito Santo para vir para o seu ministério e quando Ele entra, Ele arruma a casa. Não tenha medo, Deus nunca entrará em sua vida para piorar, mas para trazer coisas boas a você. O Senhor não entra na nossa história para piorar, sempre para melhorar! Confia n'Aquele que o chamou e clame pelo Espírito Santo dia e noite para você e para o seu ministério!

Luiz Carvalho
Comunidade Recado

domingo, 14 de novembro de 2010

Do aprendiz de poeta aos artistas cristãos

Hoje não quero me dirigir somente aos músicos, mas a todos os artistas cristãos. Aos poetas, aos compositores e autores, a atrizes e atores, a pintores e professores e a tantos que exercem o dom da arte dada por Deus.
Quero me dirigir ao artista que mora dentro de ti. Mesmo que nem você ainda tenha notado isso e deixado aflorar esse dom!
Que a tua arte sirva para fazer o ser humano enxergar humildemente o amor disfarçado em música e vestido de poesia e tantas outras artes.
Que cada frase das tuas canções se torne uma fotografia.
Que bastem duas palavras em uma canção para nascer uma cena de perdão e misericórdia na mente e no coração dos filhos e filhas de Deus.
Que os poetas ensinem.
Que os aprendizes queiram aprender ardentemente.
Tenho certeza que dentro de ti, meu irmão e irmã, encontra-se o poder que Deus te destinou para ser transformado em grandes palavras, melodias, ensinos, obras, enfim, em grandes feitos para a humanidade, exatamente como o sol que fornece vida às flores perfumadas do campo.
Não há música católica no mundo como a música católica do Brasil.
Permite que eu te chame assim então: meu amigo representante da arte celestial.
Alegre-se, pois tu representas a boca da justiça e o livro da vida.
Contente-se, pois tu és a fonte da virtude para os que a buscam.
Em marcha, pois Deus te constituiu para ser o pilar da integridade para aqueles que te seguem.
E se acaso a desgraça te derrotou algumas vezes, saiba que ela é a mesma força que ilumina teu coração e faz elevar tua alma do fosso da zombaria ao trono da admiração.
Meu querido artista de Deus: que tuas canções sejam o amanhecer, entre o adormecimento e o despertar.
Que a tua mais triste canção tenha o poder de suavizar nossos sentimentos.
Que a tua mais alegre canção tenha o poder de cicatrizar nossos corações feridos.
Que tua arte nos faça lembrar sempre que a Divindade é a parte verdadeira do homem. Não pode ser vendida a peso de ouro; nem pode ser acumulada como são as riquezas do mundo de hoje.
Que tua arte, tão rica e tão simples, alerte tantos jovens que se esqueceram de seu Deus e buscam apenas auto-absolvição e prazer.
E se alguma vez chorou, meu artista amigo, saiba que as lágrimas que verteu têm mais pureza que o riso estrondoso daquele que se mostra forte e intocável. Tuas lágrimas contém a doçura que não há na ironia do sardônico.
Que as tuas lágrimas limpem o coração da morbidez do ódio e ensinem o homem a participar da dor dos desvalidos.
Suas lágrimas são as lágrimas do nazareno!
Rezo para que toda a tua arte, todo o teu ensinamento e todo o teu viver já se torne hoje um profundo aprendizado para todos nós. E as gerações futuras aprenderão da riqueza deixada por ti em forma de poesia, arte e vida que a tristeza e a pobreza são nada mais, nada menos que uma profunda lição de amor e igualdade.
A tua melodia tem que ter o poder de tirar o ser humano da mesmice!
A tua harmonia e poesia têm de levar o homem a participar dos salmos de glória e da sabedoria eterna.
Tua arte tem de levar a alma a buscar o significado do mistério que o céu contém.
Quando compuser, amigo poeta, busque saber o que cantam os pássaros e o que sussurram os riachos. E que em tua arte esteja contido o murmurar das ondas que, vagarosa e suavemente, beijam as praias.
A ti eu imploro: nos impressione mostrando em tua arte que tu compreendes o que diz a chuva quando ela cai sobre as folhas das árvores.
Que teus ouvidos de artista possam ouvir o que a brisa confessa às flores do campo.
Que tuas letras, músicos cristãos, nos descrevam o que a alma e a natureza conversam entre si!
Ao meu ver, somente os artistas de Deus possuem o dom de transformar em canção o que a Sabedoria Eterna fala numa linguagem tão misteriosa.
Tua poesia não pode ser uma poesia qualquer; ela tem de ser filha da alma e do amor!
Nenhum poeta descreve melhor o sonho do coração humano como o poeta cristão.
Que tu sejas o inspirador de poetas, de compositores e dos grandes realizadores.
Faça com que a arte sacra seja vinho do coração e que nos faça regozijar num mundo de sonhos.
Que tua obra encoraje guerreiros e fortaleça as almas.
Que o teu viver mostre ao mundo que existe um mar de perdão e de ternura em que podemos mergulhar.
Que tuas melodias nos revelem que existe um lugar onde podemos descansar nossos corações e almas.
E aos músicos, em particular, eu peço: que tua música nos ensine a ver com os ouvidos e a ouvir com os corações.

Do eterno aprendiz de poeta,

Dalvimar Gallo

domingo, 7 de novembro de 2010

A música que chama

Música é como rosa. Bonita, mas tem espinhos. Pode encantar e pode ferir. Mas o mundo a usa desde tempos imemoriais. De sons desarticulados, mas diferenciados, acabou em harmonia, som após som, justaposição de notas e virou mensagem pensada. Salmistas, sacerdotes e reis sabiam do poder da canção. Davi tocava harpa e, mais tarde, como rei, achou lugar de destaque para a música no seu governo. Tanto que chegava a escalar pessoalmente os cantores do templo, tamanha a importância que dava aos que viviam da música. (1 Cro 9, 33; 15, 27).
Afirma-se que Nero a usava. Os detratores acrescentam: muito mal! Hitler a usou abertamente para o mal. As cortes e os exércitos a usavam e usam. Bandas, orquestras, quartetos, corais, concertos, canto litúrgico, tudo é para divulgar, organizar, motivar e chamar. A música pode ferir, ensurdecer e desestruturar. Pode harmonizar, aclamar e até contribuir para a cura. A músico-terapia é experiência mais séria do que se imagina ou se admite.
Usam da canção as religiões; investem pesadamente nela os católicos, os evangélicos, os mais diversos credos religiosos. Algumas igrejas pentecostais gastam hoje milhões de dólares ou reais na preparação dos seus cantores. Monges, autoridades e povo cantam desde tempos imemoriais. Entre os católicos a música forjou toda uma geração de religiosos. Levantavam e ainda levantam-se de madrugada e vão dormir ao som de louvores cantados. Cantores tocam, cantam e dançam nas salas de concerto, nos templos, nas ruas. Música bem tocada chama o povo. Abre espaço para a mensagem que vem depois. E há uma canção mais agressiva que às vezes vem acompanhada de tóxicos; quem pensou em rock pensou errado. Há muita música que se executa regada de bebida e de tóxicos porque cria e serve a determinado ambientes, no mínimo suspeitos.
Cantam os católicos da Teologia da Libertação, os da Renovação Carismática, os marianos, os arautos do Evangelho, os monges do Tibet, os Pentecostais, os conservadores, os progressistas, os moderados, os ecumênicos, os proselitistas. Sua música traduz o seu modo de ver a terra e o céu. Entra lá a canção que afina com seu projeto. Só ela! Raramente cantam o canto do outro. Nem sequer expõem nas suas lojas as canções do outro movimento ou da outra igreja. Ciumentamente divulgam apenas os seus cantores. É que dentro da canção vai a fé ou a ideologia. Precisam dela porque além de evangelizar, a canção pode ajudar suas obras! Cantam os seus e esperam que o outro os ouça. Eles preferem não ouvir quem não ora como eles.
A música une ou separa. Chama para o amor e para a guerra, para o bem e para o mal. Feita por vozes e instrumentos, ela é também instrumento e porta-voz, de Hitler, Stalin ou de uma simples e humilde escola para cegos. Feliz é quem a usa de maneira ética! Feliz de quem não se deixa dominar ou enganar por ela! Instrumento de diálogo, não deveria cair nas mãos nem dos violentos, nem de pessoas incapazes de dialogar. Não pode ser transformada em arma, nem veículo de mentira ou de fanatismo. É nobre demais para isso!

Pe. Zezinho, scj (pezscj@uol.com.br)

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Dia de Finados

O DIA DE FINADOS
No primeiro dia do mês de novembro, a Igreja Católica celebra o Dia de Todos os Santos. Trata-se de uma forma de se fazer memória de todos aqueles que, pelo seu compromisso cristão levado até às últimas consequências, atingiram a santidade, vocação de todos os batizados. A Igreja, com a festa de todos os santos, homenageia aqueles que, pela santidade de vida reconhecida pelo povo cristão e pela própria Igreja, após rigoroso processo de averiguação, foram merecedores da honra dos altares e da veneração de todos. Entretanto, há uma infinidade de homens e mulheres que contemplam a face de Deus e não são conhecidos. Por isso a Igreja, que celebra o dia da morte dos santos como o dia de sua entrada na glória, decidiu celebrar todos os santos, beatificados e canonizados ou não, no dia 1º de novembro.
A reflexão da Igreja não pára por aí. Por sua fé “na comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne e na vida eterna” ela, além de prescrever a oração pelos mortos no 3º, 7º, 30º dia e no aniversário da morte de um fiel, entende que, no dia 2 de novembro, devem ser lembrados com missas e orações todos os fiéis falecidos. Desta forma, os três níveis de Igreja - militante, padecente e triunfante - se mantêm em comunhão (creio na comunhão dos santos), cada fiel e todos são confiados à misericórdia infinita de Deus (creio na remissão dos pecados), para que Deus os ressuscite no último dia (creio na ressurreição da carne) e os introduza na eternidade feliz (creio na vida eterna).
O Dia de Finados foi inicialmente celebrado nos mosteiros dirigidos pelo abade Odilon de Cluny, no século 10º. Somente no século 14 ele passou a fazer parte do calendário da Igreja. São concedidas indulgências aos que visitarem os cemitérios e participarem da missa na intenção dos falecidos.
A saudade, o carinho, o amor e o respeito pelos mortos no Dia de Finados ficam claros na visita aos cemitérios, nas velas que se acendem, nas flores com que se cobrem os túmulos, nas orações silenciosas ou em comum que se fazem junto a eles, e no silêncio e nas lágrimas dos fiéis.

Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A celebração da festa de todos os Santos

Neste dia a Igreja militante honra a Igreja triunfante

No dia 1º de novembro, a Igreja celebra a festa de Todos os Santos. Segundo a tradição, ela foi colocada neste dia, logo após 31 de outubro, porque que os celtas ingleses - pagãos -, celebravam as bruxas e os espíritos que vinham se alimentar e assustar as pessoas nesta noite (Halloween).
Nesse dia, a Igreja militante (que luta na Terra) honra a Igreja triunfante do Céu “celebrando, numa única solenidade, todos os Santos” – como diz o sacerdote na oração da Missa – para render homenagem àquela multidão de Santos que povoam o Reino dos Céus, que São João viu no Apocalipse: “Ouvi, então, o número dos assinalados: cento e quarenta e quatro mil assinalados, de toda tribo dos filhos de Israel. Depois disso, vi uma grande multidão que ninguém podia contar, de toda nação, tribo, povo e língua: conservavam-se em pé diante do trono e diante do Cordeiro, de vestes brancas e palmas na mão". "Esses são os sobreviventes da grande tribulação; lavaram as suas vestes e as alvejaram no sangue do Cordeiro.” (Ap 7,4-14)
Esta imensa multidão de 144 mil, que está diante do Cordeiro, compreende todos os servos de Deus, aos quais a Igreja canonizou através da decisão infalível de algum Papa, e todos aqueles, incontáveis, que conseguiram a salvação, e que desfrutam da visão beatífica de Deus. Lá “eles intercedem por nós sem cessar”, diz uma de nossas Orações Eucarísticas. Por isso, a Igreja recomenda que os pais ponham nomes de Santos em seus filhos.
Esses 144 mil significam uma grande multidão (12 x 12 x 1000). O número doze e o número mil significavam para os judeus antigos plenitude, perfeição e abundância; não é um valor meramente aritmético, mas simbólico. A Igreja já canonizou mais de 20 mil santos, mas há muito mais que isto no Céu. No livro 'Relação dos Santos e Beatos da Igreja', eu pude relacionar, de várias fontes, quase 5mil dos mais importantes; e os coloquei em ordem alfabética.
A "Lúmen Gentium" do Vaticano II lembra que: "Pelo fato de os habitantes do Céu estarem unidos mais intimamente com Cristo, consolidam com mais firmeza na santidade toda a Igreja. Eles não deixam de interceder por nós junto ao Pai, apresentando os méritos que alcançaram na terra pelo único mediador de Deus e dos homens, Cristo Jesus. Por seguinte, pela fraterna solicitude deles, a nossa fraqueza recebe o mais valioso auxílio” (LG 49) (§956).
Na hora da morte, São Domingos de Gusmão dizia a seus frades: “Não choreis! Ser-vos-ei mais útil após a minha morte e ajudar-vos-ei mais eficazmente do que durante a minha vida”. E Santa Teresinha confirmava este ensino dizendo: “Passarei meu céu fazendo bem na terra”.
O nosso Catecismo diz que: “Na oração, a Igreja peregrina é associada à dos santos, cuja intercessão solicita” (§2692).
A marca dos santos são as bem–aventuranças que Jesus proclamou no Sermão da Montanha; por isso, este trecho do Evangelho de São Mateus (5,1ss) é lido nesta Missa. Os santos viveram todas as virtudes e, por isso, são exemplos de como seguir Jesus Cristo. Deus prometeu dar a eterna bem-aventurança aos pobres no espírito, aos mansos, aos que sofrem e aos que têm fome e sede de justiça, aos misericordiosos, aos puros de coração, aos pacíficos, aos perseguidos por causa da justiça e a todos os que recebem o ultraje da calúnia, da maledicência, da ofensa pública e da humilhação.
Esta 'Solenidade de Todos os Santos' vem do século IV. Em Antioquia, celebrava-se uma festa por todos os mártires no primeiro domingo depois de Pentecostes. A celebração foi introduzida em Roma, na mesma data, no século VI, e cem anos após era fixada no dia 13 de maio pelo papa Bonifácio IV, em concomitância com o dia da dedicação do “Panteon” dos deuses romanos a Nossa Senhora e a todos os mártires. No ano de 835, esta celebração foi transferida pelo papa Gregório IV para 1º de novembro.
Cada um de nós é chamado a ser santo. Disse o Concilio Vaticano II que: “Todos os fiéis cristãos, de qualquer estado ou ordem, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade” (Lg 40). Todos são chamados à santidade: “Deveis ser perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48): “Com o fim de conseguir esta perfeição, façam os fiéis uso das forças recebidas (…) cumprindo em tudo a vontade do Pai, se dediquem inteiramente à glória de Deus e ao serviço do próximo. Assim, a santidade do povo de Deus se expandirá em abundantes frutos, como se demonstra luminosamente na história da Igreja pela vida de tantos santos” (LG 40).
O caminho da perfeição passa pela cruz. Não existe santidade sem renúncia e sem combate espiritual (cf. 2Tm 4). O progresso espiritual da oração, mortificação, vida sacramental, meditação, luta contra si mesmo; é isto que nos leva gradualmente a viver na paz e na alegria das bem-aventuranças. Disse São Gregório de Nissa (†340) que: “Aquele que vai subindo jamais cessa de ir progredindo de começo em começo por começos que não têm fim. Aquele que sobe jamais cessa de desejar aquilo que já conhece” (Hom. in Cant. 8).

Prof. Felipe Aquino