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sábado, 30 de abril de 2011

A tentação de agir sem amor

A Tradição da Igreja afirma que Judas Iscariotes era um zelota. Os zelotas eram guerrilheiros israelitas que lutavam contra o domínio romano. Eram nacionalistas ferrenhos e desejavam um Israel forte e livre dos seus opressores. Ele foi um dos escolhidos para andar com Jesus (cf. Mt 10,4). Ele, como os outros apóstolos, foi enviado em missão de ir à frente de Jesus pelas aldeias e povoados anunciando a presença do Reino do Deus (cf. Mt 10,5). Portanto, Judas conhecia Jesus e Seu poder.
Apesar de conhecer o Senhor, ele não agia com amor. Embora andasse com Jesus Nazareno não possuía os mesmos interesses e agia com desonestidade. Verificamos na passagem bíblica o "Jantar em Betânia" (cf. Jo 12,1-11), na ocasião em que Maria derrama um frasco de um perfume caro nos pés do Senhor, que aquilo que passava pelo coração do apóstolo [Judas] era bem diferente de amor: "Mas Judas Iscariotes, um dos seus discípulos, aquele que o havia de trair disse: 'Por que não se vendeu este bálsamo por trezentos denários e não se deu aos pobres?' Dizia isto não porque se interessasse pelos pobres, mas porque era ladrão e, tendo a bolsa, furtava o que nela lançavam" (ver. 4 a 8).
Jesus conhecia Judas, sabia que ele o haveria de trair e, mesmo assim, agiu com amor para com ele. Lavou-lhe os pés (cf. Jo 13), deu-lhe chance de regenerar-se (cf. Jo 13,28-30), até se deixou ser beijado por ele (cf. Mt 26,49-50). Porém, Judas vendeu Jesus, vendeu também sua fé, pelo preço de trinta moedas, o preço de um escravo.
Logo que Cristo é preso, Judas arrepende-se, é tomado de remorsos (cf. Mt 24,1-10), tenta devolver a quantia, tenta voltar atrás no seu gesto traidor, mas tudo já estava consumado, Jesus já iria ser condenado. O apóstolo esperava que o Senhor fosse o libertador de Israel das mãos opressoras dos romanos. Esperava que seu Mestre fosse governar Israel, mas quando o Senhor falou de Sua Morte e Ressurreição, ele decepcionou-se, deixou-se levar pelo dinheiro e renegou sua fé. Judas não confiou no perdão divino. O perdão que Jesus deu a Pedro foi de uma falta semelhante à traição de Judas, só que o primeiro apóstolo [Pedro] buscou a misericórdia de Deus e o segundo [Judas] achou que seu pecado era maior que o amor do Messias. Judas já havia agido tanto sem amor e movido pela cobiça de tal maneira que não mais confiava no amor, não acreditava no amor, não agia no amor. Esse foi o grande erro dele: não agir nem confiar no amor.
O que deve mover o músico a prestar o serviço a Deus deve ser o amor. É necessário todos os dias que ele se questione: "O que está me movendo é realmente o amor? Tenho agido com honestidade para com Deus?"
A tentação em que Judas caiu foi a de não andar no amor. É uma tentação muito grande também para quem ministra a música. Devemos entregar a Deus todas as nossas decepções com as pessoas. Devemos até confessar se estamos decepcionados com as demoras do Altíssimo. Não podemos disfarçar o que há dentro de nós, temos de ser sinceros para com o Senhor.

(Trecho extraído do livro: "Formação espiritual de evangelizadores na música" de Roberto A. Tannus e Neusa A. de O.Tannus).

domingo, 24 de abril de 2011

Feliz Páscoa

"O Senhor nosso Deus
que merece o louvor, todo nosso amor
É o Rei que venceu, ao Cordeiro
a vitória, o poder, honra e glória
Ressuscitou..."

Oi amados e amadas!
A Paz de Jesus e o Amor de Maria!
Com esse canto da Comunidade Shalom quero neste domingo glorioso desejar a todos uma Feliz e Santa Páscoa.
Como é maravilhoso saber que Jesus Ressuscitou! Que vivo entre nós está! Aleluia!
Grande deve ser a nossa alegria neste dia pois ressuscitamos com Cristo Jesus.
Novos homens e mulheres somos apartir de hoje pois Ele faz nova todas as coisas "Eis que faço novas todas as coisas” (Ap. 21,5)
Novo dia surgiu, e por isso temos que render graças pois das trevas surgiu a luz e a morte não é mais forte do que Cristo "Ora, se com Cristo morremos, cremos que com Ele viveremos." (Rom. 6,8)
Celebremos, nesta Páscoa, a nossa própria ressurreição.
Que a alegria do Cristo Ressuscitado esteja em seu coração hoje e sempre!

Feliz Páscoa! Aleluia! Aleluia!

O que é Páscoa?

Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo
Domingo de Páscoa

O tempo pascal compreende cinquenta dias (em grego = "pentecostes"), vividos e celebrados como um só dia: "os cinquenta dias entre o domingo da Ressurreição até o domingo de Pentecostes devem ser celebrados com alegria e júbilo, como se se tratasse de um só e único dia festivo, como um grande domingo" (Normas Universais do Ano Litúrgico, n 22).

O Que é a Páscoa?
O tempo pascal é o mais forte de todo o ano, inaugurado na Vigília Pascal e celebrado durante sete semanas até Pentecostes.

Padres da Igreja
"Não é grande coisa crer que Cristo tenha morrido; porque nisto também acreditam os pagãos e judeus e todos os inícuos..." (Santo Agostinho)

A Páscoa nos primeiros séculos
Aqui se encontrarão uma série de textos, nos quais se mostram alguns traços significativos de como entendiam e viviam a Páscoa as primeiras gerações cristãs.

O Círio Pascal
É o símbolo mais destacado do Tempo Pascal. A palavra "círio" vem do latim "cereus", de cera. O produto das abelhas.

Catecismo da Igreja Católica
"Vos anunciamos a Boa Nova de que a Promessa Feita aos pais, Deus a cumpriu em nós, os filhos, ao ressuscitar Jesus" (At 13,32-33).

Fonte: ACI Digital
www.acidigital.com

sábado, 23 de abril de 2011

Sábado Santo

Solene Vigília Pascal

"Durante o Sábado Santo a Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando sua paixão e sua morte, sua descida à mansão dos mortos e esperando na oração e no jejum sua ressurreição (Circ 73).
No dia do silêncio: a comunidade cristã vela junto ao sepulcro. Calam os sinos e os instrumentos. É ensaiado o aleluia, mas em voz baixa. É o dia para aprofundar. Para contemplar. O altar está despojado. O sacrário aberto e vazio.
A Cruz continua entronizada desde o dia anterior. Central, iluminada, com um pano vermelho com o louro da vitória. Deus morreu. Quis vencer com sua própria dor o mal da humanidade. É o dia da ausência. O Esposo nos foi arrebatado. Dia de dor, de repouso, de esperança, de solidão. O próprio Cristo está calado. Ele, que é Verbo, a Palavra, está calado. Depois de seu último grito da cruz "por que me abandonaste?", agora ele cala no sepulcro. Descansa: "consummantum est", "tudo está consumado". Mas este silêncio pode ser chamado de plenitude da palavra. O assombro é eloqüente. "Fulget crucis mysterium", "resplandece o mistério da Cruz".
O Sábado é o dia em que experimentamos o vazio. Se a fé, ungida de esperança, não visse no horizonte último desta realidade, cairíamos no desalento: "nós o experimentávamos… ", diziam os discípulos de Emaús.
É um dia de meditação e silêncio. Algo pareceido à cena que nos descreve o livro de Jó, quando os amigos que foram visitá-lo, ao ver o seu estado, ficaram mudos, atônitos frente à sua imensa dor: "Sentaram-se no chão ao lado dele, sete dias e sete noites, sem dizer-lhe uma palavra, vendo como era atroz seu sofrimento" (Jó. 2, 13).
Ou seja, não é um dia vazio em que "não acontece nada". Nem uma duplicação da Sexta-feira. A grande lição é esta: Cristo está no sepulcro, desceu à mansão dos mortos, ao mais profundo em que pode ir uma pessoa. E junto a Ele, como sua Mãe Maria, está a Igreja, a esposa. Calada, como ele. O Sábado está no próprio coração do Tríduo Pascal. Entre a morte da Sexta-feira e a ressurreição do Domingo nos detemos no sepulcro. Um dia ponte, mas com personalidade. São três aspectos -não tanto momentos cronológicos- de um mesmo e único mistério, o mesmo da Páscoa de Jesus: morto, sepultado, ressuscitado:
"...se despojou de sua posição e tomou a condição de escravo…se rebaixou até se submeter inclusive à morte, quer dizer, conhecesse o estado de morte, o estado de separação entre sua alma e seu corpo, durante o tempo compreendido entre o momento em que Ele expirou na cruz e o momento em que ressuscitou. Este estado de Cristo morto é o mistério do sepulcro e da descida à mansão dos mortos. É o mistério do Sábado Santo em que Cristo depositado na tumba manifesta o grande repouso sabático de Deus depois de realizar a salvação dos homens, que estabelece na paz o universo inteiro".

Vigília Pascal
A celebração é no sábado à noite, é uma Vigília em honra ao Senhor, segundo uma antiqüíssima tradição, (Ex. 12, 42), de maneira que os fiéis, seguindo a exortação do Evangelho (Lc. 12, 35 ss), tenham acesas as lâmpadas como os que aguardam a seu Senhor quando chega, para que, ao chegar, os encontre em vigília e os faça sentar em sua mesa.

A Vigília Pascal se desenvolve na seguinte ordem:
Breve Lucernário
Abençõa-se o fogo. Prepara-se o círio no qual o sacerdote com uma punção traça uma cruz. Depois marca na parte superior a letra Alfa e na inferior Ômega, entre os braços da cruz marca as cifras do anos em curso. A continuação se anuncia o Pregão Pascal.

Liturgia da Palavra
Nela a Igreja confiada na Palavra e na promessa do Senhor, media as maravilhas que desde os inícios Deus realizou com seu povo.

Liturgia Batismal
São chamados os catecúmenos, que são apresentados ao povo por seus padrinhos: se são crianças serão levados por seus pais e padrinhos. Faz-se a renovação dos compromissos batismais.

Liturgia Eucarística
Ao se aproximar o dia da Ressurreição, a Igreja é convidada a participar do banquete eucarístico, que por sua Morte Ressurreição, o Senhor preparou para seu povo. Nele participam pelas primeira vez os neófitos.
Toda a celebração da Vigília Pascal é realizada durante a noite, de tal maneira que não se deva começar antes de anoitecer, ou se termine a aurora do Domingo.
A missa ainda que se celebre antes da meia noite, é a Missa Pascal do Domingo da Ressurreição. Os que participam desta missa, podem voltar a comungar na segunda Missa de Páscoa.
O sacerdote e os ministros se revestem de branco para a Missa. Preparam-se os velas para todos os que participem da Vigília.

Fonte: ACi Digital
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sexta-feira, 22 de abril de 2011

Sexta-Feira Santa

Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo

A tarde de Sexta-Feira Santa apresenta o drama imenso da morte de Cristo no Calvário. A cruz erguida sobre o mundo segue de pé como sinal de salvação e de esperança. Com a Paixão de Jesus segundo o Evangelho de João comtemplamos o mistério do Crucificado, com o coração do discípulo Amado, da Mãe, do soldado que lhe traspassou o lado.

São João, teólogo e cronista da paixão nos leva a comtemplar o mistério da cruz de Cristo como uma solene liturgia. Tudo é digno, solene, simbólico em sua narração: cada palavra, cada gesto. A densidade de seu Evangelho agora se faz mais eloqüente. E os títulos de Jesus compõem uma formosa Cristologia. Jesus é Rei. O diz o título da cruz, e o patíbulo é o trono onde ele reina. É a uma só vez, sacerdote e templo, com a túnica sem costura com que os soldados tiram a sorte. É novo Adão junto à Mãe, nova Eva, Filho de Maria e Esposo da Igreja. É o sedento de Deus, o executor do testamento da Escritura. O Doador do Espírito. É o Cordeiro imaculado e imolado, o que não lhe romperam os ossos. É o Exaltado na cruz que tudo o atrai a si, quando os homens voltam a ele o olhar.
A Mãe estava ali, junto à Cruz. Não chegou de repente no Gólgota, desde que o discípulo amado a recordou em Caná, sem ter seguido passo a passo, com seu coração de Mãe no caminho de Jesus. E agora está ali como mãe e discípula que seguiu em tudo a sorte de seu Filho, sinal de contradição como Ele, totalmente ao seu lado. Mas solene e majestosa como uma Mãe, a mãe de todos, a nova Eva, a mãe dos filhos dispersos que ela reúne junto à cruz de seu Filho.
Maternidade do coração, que infla com a espada de dor que a fecunda.
A palavra de seu Filho que prolonga sua maternidade até os confins infinitos de todos os homens. Mãe dos discípulos, dos irmãos de seu Filho. A maternidade de Maria tem o mesmo alcance da redenção de Jesus. Maria comtempla e vive o mistério com a majestade de uma Esposa, ainda que com a imensa dor de uma Mãe. São João a glorifica com a lembrança dessa maternidade. Último testamento de Jesus. Última dádiva. Segurança de uma presença materna em nossa vida, na de todos. Porque Maria é fiel à palavra: Eis aí o teu filho.
O soldado que traspassou o lado de Cristo no lado do coração, não se deu conta que cumpria uma profecia realizava um últmo, estupendo gesto litúrgico. Do coração de Cristo brota sangue e água. O sangue da redenção, a água da salvação. O sangue é sinal daquele maior amor, a vida entregue por nós, a água é sinal do Espírito, a própria vida de Jesus que agora, como em uma nova criação derrama sobre nós.

A Celebração

Hoje não se celebra a missa em todo o mundo. O altar é iluminado sem mantel, sem cruz, sem velas nem adornos. Recordamos a morte de Jesus. Os ministros se prostram no chão frente ao altar no começo da cerimônia. São a imagem da humanidade rebaixada e oprimida, e ao mesmo tempo penitente que implora perdão por seus pecados.
Vão vestidos de vermelho, a cor dos mártires: de Jesus, o primeiro testeunho do amor do Pai e de todos aqueles que, como ele, deram e continuam dando sua vida para proclamar a libertação que Deus nos oferece.

Ação litúrgica na Morte do Senhor

1. A ENTRADA

A impressionante celebração litúrgica da Sexta-feira começa com um rito de entrada diferente de outros dias: os ministros entram em silëncio, sem canto, vestidos de cor vermelha, a cor do sangue, do martírio, se prostram no chão, enquanto a comunidade se ajoelha, e depois de um espaço de silêncio, reza a oração do dia.

2. Celebração da Palavra

Primeira Leitura

Espetacular realismo nesta profecia feita 800 anos antes de Cristo, chamada por muitos o 5º Evangelho. Que nos introduz a alma sofredora de Cristo, durante toda sua vida e agora na hora real de sua morte. Disponhamo-nos a vivê-la com Ele.

Leitura do Profeta Isaías 52, 13 ; 53

Eis que meu Servo há de prosperar, ele se elevará, será exaltado, será posto nas alturas.
Exatamente como multidões ficaram pasmadas à vista dele - tão desfigurado estava seu aspecto e a sua forma não parecia a de um homem - assim agora nações numerosas ficarão estupefactas a seu respeito,reis permanecerão silenciosos, ao verem coisas que não lhes haviam sido contadas e ao tomarem consciência de coisas que não tinham ouvido.
Quem creu naquilo que ouvimos, e a quem se revelou o braço do Senhor? Ele cresceu diante dele como um renovo, como raiz que brota de uma terra seca; não tinha beleza nem esplendor que pudesse atrair o nosso olhar, nem formosura capaz de nos deleitar.
Era desprezado e abandonado pelos homens, um homem sujeito à dor, familiarizado com a enfermidade, como uma pessoa de quem todos escondem o rosto; desprezado, não fazíamos nenhum caso dele.
E no entanto, era as nossas enfermidades que ele levava sobre si, as nossas dores que ele carregava.
Mas nós o tinhamos como vítima do castigo, ferido por Deus e humilhado.
Mas ele foi trespassado por causa de nossas transgressões, esmagado em virtude de nossas iniqüidades.
O castigo que havia de trazer-nos a paz, caiu sobre ele, sim, por suas feridas fomos curados.
Todos nós como ovelhas, andávamos errantes, seguindo cada um o seu próprio caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de todos nós.
Foi maltratado, mas livremente humilhou-se e não abriu a boca, como cordeiro conduzido ao matadouro; como uma ovelha que permanece muda na presença de seus tosquiadores ele não abriu a boca.
Após a detenção e julgamento, foi preso. Dentre os seus contemporâneos, quem se preocupou com o fato de ter ele sido cortado da terra dos vivos, de ter sido ferido pela transgressão do seu povo?
Deram sepultura com os ímpios, o seu túmulo está com os ricos, se bem que não tivesse praticado violência nem tivesse havido engano em sua boca.
Mas o Senhor quis feri-lo, submetê-lo à enfermidade. Mas, se ele oferece a sua vida como sacrifício pelo pecado, certamente verá uma descendência, prolongará os seus dias, e por meio dele o desígnio de Deus há de triunfar.
Após o trabalho fatigante de sua alma ele verá a luz e se fartará. Pelo seu conhecimento, o justo, meu Servo, justificará a muitos e levará sbre si as suas transgressões.
Eis porque lhe darei um quinhão entre as multidões; com os fortes repartirá os despojos, visto que entregou sua alma à morte e foi contado com os transgressores, mas na verdade levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores fez intercessão.
Palavra do Senhor

Salmo responsorial

Neste Salmo, recitado por Jesus na cruz, entrecruzam-se a confiança, a dor, a solidão e a súplica: com o Homem das dores, façamos nossa oração.

Sl 30, 2 e 6. 12-13. 15-16. 17 e 25.

Senhor, em tuas mãos eu entrego meu espírito.

Senhor, eu me abrigo em ti: que eu nunca fique envergonhado; Salva-me por sua justiça. Liberta-me em tuas mãos eu entrego meu espírito, é tu quem me resgatas, Senhor.

Pelos opressores todos que tenho já me tornei um escândalo; para meus vizinhos, um asco, e terror para meus amigos. Os que me vêem na rua fogem para longe de mim; fui esquecido, como um morto aos corações, estou como um objeto perdido.

Quanto a mim, Senhor, confio em ti, e digo: " tú és o meu Deus!". Meus tempos etão em tua mão: liberta-me da mão dos meus inimigos e perseguidores. Faze brilhar tua face sobre o teu servo, salva-me por teu amor. Sede firmes, fortalecei vosso coração, vós todos que esperais no Senhor.

Segunda leitura

O Sacerdote é o que une Deus ao homem e os homens a Deus… Por isso Cristo é o perfeito Sacerdote: Deus e Homem. O Único e Sumo e Eterno Sacerdote. Do qual o Sacerdócio: o Papa, os Bispos, os sacerdotes e dos Diáconos unidos a Ele, são ministros, servidores, ajudantes…

Leitura da Carta aos Hebreus 4,14-16; 5,7-9.

Temos, portanto, um sumo sacerdote eminente, que atravessou os céus: Jesus, o Filho de Deus. Permaneçamos, por isso, firmes na profissão de fé. Com efeito, não temos um sumo sacerdote incapaz de se compadecer das nossas fraquezas, pois ele mesmo foi provado em tudo como nós, com exceção do pecado. Aproximemo-nos, então, com segurança do trono da graça para conseguirmos misericórdia e alcançarmos graça, como ajuda oportuna.
É ele que, nos dias de sua vida terrestre, apresentou pedidos e súplicas, com veemente clamor e lágrimas, àquele que o podia salvar da morte; e foi atendido por causa da sua submissão. Embora fosse Filho, aprendeu, contudo, a obediência pelo sofrimento; e, levado à perfeição, se tornou para todos os que lhe obedeceram princípio da salvação eterna.
Palavra do Senhor.

Versículo antes o Evangelho (Fl 2, 8-9)

Cristo, por nós, humilhou-se e foi obediente até a morte, e morte de cruz. Por isso Deus o sobreexaltou grandemente e o agraciou com o Nome que é acima de todo nome.
Como sempre, a celebração da Palavra, depois da homilia conclui-se com uma ORAÇÃO UNIVERSAL, que hoje tem mais sentido do que nunca: precisamente porque comtemplamos a Cristo entregue na cruz como Redentor da humanidade, pedimos a Deus a salvação de todos, crentes e não crentes.

3. Adoração da Cruz

Depois das palavras passamos a um ato simbólico muito expressivo e próprio deste dia: a veneração da Santa Cruz é apresentada solenemente a Cruz à comunidade, cantando três vezes a aclamação:
"Eis o lenho da Cruz, onde esteve pregada a salvação do mundo. Ó VINDE ADOREMOS", e todos ajoelhados uns instantes de cada vez, e então vamos, em procissão, venerar a Cruz pessoalmente, com um genuflexão (ou inclinação profunda) e um beijo (ou tocando-a com a mão e fazendo o sinal da cruz ); enquanto cantamos os louvores ao Cristo na Cruz :

4. A comunhão

Desde de 1955, quando Pio XII decidiu, na reforma que fez na Semana Santa, não somente o sacerdote - como até então - mas também os fiéis podem comungar com o Corpo de Cristo.
Ainda que hoje não haja propriamente Eucaristia, mas comungando do Pão consagrado na celebração de ontem, Quinta-feira Santa, expressamos nossa participação na morte salvadora de Cristo, recebendo seu "Corpo entregue por nós".

Fonte: ACI Digital
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quinta-feira, 21 de abril de 2011

Quinta-Feira Santa

Missa da Instituição da Eucaristia e Rito do Lava-Pés

A liturgia da Quinta-Feira Santa é um convite a aprofundar concretamente no misterio da Paixão de Cristo, já que quem deseja seguí-lo deve sentar-se à sua mesa e, com o máximo recolhimento, ser espectador de tudo o que aconteceu na noite em que iam entregá-lo.

E por outro lado, o mesmo Senhor Jesus nos dá um testemunho idôneo da vocação ao serviço do mundo e da Igreja que temos todos os fiéis quando decide lavar os pés dos seus discípulos.
Neste sentido, o Evangelho de São João apresenta a Jesus 'sabendo que o Pai pôs tudo em suas mãos, que vinha de Deus e a Deus retornava', mas que, ante cada homem, sente tal amor que, igual como fez com os discípulos, se ajoelha e lava os seus pés, como gesto inquietante de uma acolhida inalcansável.
São Paulo completa a representação lembrando a todas as comunidades cristãs o que ele mesmo recebeu: que aquela memorável noite a entrega de Cristo chegou a fazer-se sacramento permanente em um pão e em um vinho que convertem em alimento seu Corpo e seu Sangue para todos os que queiram recordá-lo e esperar sua vinda no final dos tempos, ficando assim instituída a Eucaristia.
A Santa Missa é então a celebração da Ceia do Senhor na qual Jesus, um dia como hoje, na véspera da sua paixão, "enquanto ceava com seus discípulos tomou pão..." (Mt 26, 26).
Ele quis que, como em sua última Ceia, seus discípulos se reunissem e se recordassem dEle abençoando o pão e o vinho: "Fazei isto em memória de mim" (Lc 22,19).
Antes de ser entregue, Cristo se entrega como alimento. Entretanto, nesta Ceia, o Senhor Jesus celebra sua morte: o que fez, o fez como anúncio profético e oferecimento antecipado e real da sua morte antes da sua Paixão. Por isso "quando comemos deste pão e bebemos deste cálice, proclamamos a morte do Senhor até que ele volte" (1Cor 11, 26).
Assim podemos afirmar que a Eucaristia é o memorial não tanto da Última Ceia, e sim da Morte de Cristo que é Senhor, e "Senhor da Morte", isto é, o Resuscitado cujo regresso esperamos de acordo com a promessa que Ele mesmo fez ao despedir-se: "Um pouco de tempo e já não me vereis, mais um pouco de tempo ainda e me vereis" (Jo 16, 16).
Como diz o prefácio deste dia: "Cristo verdadeiro e único sacerdote, se ofereceu como vítima de salvação e nos mandou perpetuar esta oferenda em sua comemoração". Porém esta Eucaristia deve ser celebrada com características próprias: como Missa "na Ceia do Senhor".
Nesta Missa, de maneira diferente de todas as demais Eucaristias, não celebramos "diretamente" nem a morte nem a ressurreição de Cristo. Não nos adiantamos à Sexta-feira Santa nem à noite de Páscoa.
Hoje celebramos a alegria de saber que esta morte do Senhor, que não terminou no fracasso mas no êxito, teve um por quê e um para quê: foi uma "entrega", um "dar-se", foi "por algo"ou melhor dizendo, "por alguém" e nada menos que por "nós e por nossa salvação" (Credo). "Ninguém a tira de mim,(Jesus se refere à sua vida) mas eu a dou livremente. Tenho poder de entregá-la e poder de retomá-la." (Jo 10, 18), e hoje nos diz que foi para "remissão dos pecados" (Mt 26, 28c).
Por isso esta Eucaristia deve ser celebrada o mais solenemente possível, porém, nos cantos, na mensagem, nos símbolos, não deve ser nem tão festiva nem tão jubilosamente explosiva como a Noite de Páscoa, noite em que celebramos o desfecho glorioso desta entrega, sem a qual tivesse sido inútil; tivesse sido apenas a entrega de alguém mais que morre pelos pobres e não os liberta. Porém não está repleta da solene e contrita tristeza da Sexta-feira Santa, porque o que nos interessa "sublinhar" neste momento, é que "o Pai entregou o Seu Filho para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna"(Jo 3, 16) e que o Filho entregou-se voluntariamente a nós apesar de que fosse através da morte em uma cruz ignominiosa.
Hoje há alegria e a Igreja rompe a austeridade quaresmal cantando o "glória": é a alegria de quem se sabe amado por Deus; porém ao mesmo tempo é sóbria e dolorida, porque conhecemos o preço que Cristo pagou por nós.
Poderíamos dizer que a alegria é por nós e a dor por Ele. Entretanto predomina o gozo porque no amor nunca podemos falar estritamente de tristeza, porque aquele que dá e se entrega con amor e por amor, o faz com alegria e para dar alegria.
Podemos dizer que hoje celebramos com a liturgia (1a. Leitura) a Páscoa. Porém a da Noite do Êxodo (Ex 12) e não a da chegada à Terra Prometida (Js 5, 10-ss).
Hoje inicia a festa da "crise pascoal", isto é, da luta entre a morte e a vida, já que a vida nunca foi absorvida pela morte mas sim combatida por ela. A noite do sábado de Glória é o canto à vitória porém tingida de sangue, e hoje é o hino à luta, mas de quem vence, porque sua arma é o amor.

Fonte: ACI Digital
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terça-feira, 19 de abril de 2011

Origem e Significado da Semana Santa

A “Semana Santa” surgiu já nos primórdios do cristianismo quando as comunidades cristãs em Jerusalém se reuniam, na Sexta-feira e no Sábado, mediante rigoroso jejum, recordando o sofrimento e a morte de Jesus, ou seja, rememorando “os dias em que nos foi tirado o esposo” (diebus in quibus ablatus est sponsus: Cf. Mt 9,15; Mc 2,20). Dessa forma, se preparavam para a festa da Páscoa, no Domingo, em que celebravam a memória da ressurreição de Jesus.
Posteriormente, a observância do jejum passou a ser praticada também na Quarta-feira para lembrar o dia em que os chefes judaicos decidiram prender Jesus, isto é, “porque nesse dia começaram a tramar a morte do Senhor” (propter initum a Iudaeis consilium de proditione Domini: Cf. Mc 3,6; 14,1-2; Lc 6,11; 19,47; 20,19a; 22,2).
Tudo isto ocorria mais fortemente em Jerusalém porque provavelmente ali permaneciam mais vivas as lembranças dos últimos dias de Jesus. Essas solenidades passaram a ser imitadas pelas Igrejas do Oriente e depois pelas Igrejas europeias. Esses dias eram também de descanso para todos os servos e escravos. Em algumas Igrejas em Jerusalém eram celebradas todas as noites vigílias solenes com orações e leituras bíblicas, e com a celebração da Eucaristia. Em meados do Século III, já se observava o jejum em todos os dias da Semana Santa.
A importância da Semana que antecede a festa da Páscoa está evidenciada claramente através dos diversos nomes dados a essa época litúrgica ao longo dos primeiros séculos: “Hebdomada Paschalis”(Semana da Páscoa); “Hebdomada Authentica” (Semana “sem comparação” ou que “tem uma importância toda sua, em si e por si mesma”); “Hebdomada Maior” (Semana Maior); e, por fim, “Hebdomada Sancta” (Semana Santa). As cerimônias litúrgicas particulares da Semana Santa começaram a desenvolver-se a partir do século IV. Resumidamente, a Semana Santa assim se desdobra: Domingo de Ramos, Quinta-feira Santa, Sexta-feira Santa, Sábado Santo e Páscoa.

sábado, 16 de abril de 2011

A tentação de voltar à vida velha

Logo depois que Jesus ressuscitou, Ele apareceu aos Seus discípulos. No capítulo 20, do Evangelho de São João, a Palavra de Deus mostra-nos que em uma de Suas aparições Jesus dá aos apóstolos a autoridade de perdoar pecado. Apesar dessa investidura de autoridade espiritual os apóstolos não saíram imediatamente confessando o povo e manifestando a presença de Cristo ressuscitado, pois isso só aconteceu após o Pentecostes, quando o Espírito Santo ensinou e recordou aos discípulos a sua missão de levar a Boa Nova, de proclamar Jesus vivo.
No capítulo 21 do Evangelho de São João, Pedro comunica aos seus companheiros, apóstolos que como ele mesmo foram testemunhas oculares da ressurreição de Jesus Cristo: “Vou pescar” (vers.3). Neste momento colocamo-nos a indagar: será que Pedro se esqueceu de que já havia trocado de profissão e que não mais era pescador de peixes, mas de gente? Estaria ele voltando à vida velha? Teria esfriado na fé?
Pedro e os discípulos saíram a pescar, mas embora pescassem à noite inteira, não pegaram peixe algum. Assim também acontece conosco. Quando já pertencemos ao Senhor e queremos fazer algum trabalho sem consultá-Lo, não somos bem sucedidos. Não tem como, uma vez que somos ministros de Jesus, sairmos bem em nosso trabalho na música sem primeiro procurar qual é a vontade do Senhor.
Já de manhã, exaustos, os apóstolos vão retornando à praia e, de súbito, deparam com Jesus, porém, não O reconhecem. O Messias manda-os lançar as redes novamente. Eles obedecem e aí, e só então, a pescaria é bem-sucedida. Por esse motivo reconhecem a presença de Jesus, presença responsável pela boa pesca. Enquanto estavam presos a si mesmos, dependendo só de seus esforços e contando apenas com seus conhecimentos, não reconhecem a Jesus Ressuscitado. Nesse momento Pedro descobre que está nu. É a mesma nudez de Adão, após ter pecado no paraíso. É nudez que o afastamento de Deus ocasiona, nudez de dons. Nossa auto-suficiência nos despe da ajuda que Deus quer nos dar. O apóstolo cinge-se, lança-se nas águas e vai em direção ao Mestre, enquanto seus amigos retiram os centos e cinquenta e três grandes peixes.
Ao saltarem na praia o Senhor os espera com brasas preparadas, em cima delas um peixe e pão. Quando saímos para a vida velha, assim nos espera de volta o Senhor: com a brasa do Seu amor a arder por nós, brasas prontas para reaquecer nosso coração que esfriou na fé. Os fracassos e os sofrimentos que o mundo nos impingem esfriam nossa fé e só nos reaquecemos perto de Jesus. Ele nos oferece o Pão da Vida para recobrarmos a fé e nos reanimarmos para a missão.
O amor de Cristo Ressuscitado convida Pedro a voltar. É justamente o amor a forma que Deus usa para nos trazer de novo quando caímos na tentação de esfriar na fé e voltar à vida velha. Jesus, por três vezes, pergunta ao apóstolo: "Tu me amas". Somente após a terceira pergunta é que Pedro cai em si e se entristece. Pedro, então, responde ao Mestre: "Tu sabes tudo, tu sabes que eu te amo" (vers.17b). Pedro sabe que Jesus tudo conhece. O Senhor conhece-nos por dentro, sabe que somos fracos. Não precisamos fingir o que não somos, não precisamos dissimular e disfarçar o que trazemos dentro de nós para o Senhor, pois Ele sabe o que há no interior do homem. Cristo dá uma ordem muito séria ao príncipe dos apóstolos: "Apascenta as minhas ovelhas". Essa ordem é também para nós. As ovelhas pertencem ao Senhor e não a nós e Ele quer que cuidemos do rebanho com zelo, com fervor e alegria.
Precisamos nos questionar: "Esfriei na fé? Possuo o mesmo amor do primeiro encontro com Jesus? Estou jejuando como nos primeiros dias quando descobri Deus ou será que arrefeci do meu primeiro amor?"
Todas as vezes em que esfriamos no nosso primeiro amor com Jesus e deixamos as primeiras obras de conversão, caímos na tentação de voltar à vida velha.
A tentação de voltar à vida velha sempre se apresentará diante do músico, outrossim sabemos que podemos recorrer a Jesus, como Pedro o fez, e dizer com ele: "Tu sabes tudo, tu sabes que eu te amo!"

(Trecho extraído do livro: "Formação espiritual de evangelizadores na música" de Roberto A. Tannus e Neusa A. de O.Tannus).

sábado, 9 de abril de 2011

"Você é capaz de amar"

"Deus quer que algo totalmente novo aconteça em nossa vida: pela graça de Deus, podemos tirar amor de dentro de nós.
Como diz a letra da música: "Há amor em mim, há amor em ti, há amor em nós, eu digo que sim".
Somos muito marcados, especialmente porque somos muito sensíveis - é como o fio da navalha -, terrivelmente machucados na sensibilidade, por isso machucados na sexualidade. Fomos machucados na nossa capacidade de amar. Não estou menosprezando ninguém, mas o músico, por ser artista, tem mais capacidade de amar, graças a Deus.
O Senhor dotou você com grande capacidade de amar, mas justamente porque você é mais sensível, foi mais machucado. Quanta tolice nos seus relacionamentos... Quanto você se machuca na sua sexualidade... Quantas consequências se desencadearam daí. Mas, graças a Deus, tudo isso tem cura. O remédio está ao nosso alcance. O seu caso tem solução.
O Senhor mesmo o faz cantar: "Mesmo se não te amaram, se com amor não te olharam..." Olharam com malícia, com cobiça, com sedução... "Mesmo se não te amaram, se com amor não te olharam, o Pai sempre te amou e ama, Deus, com amor, sempre te olhou."
Isso é cura. O Senhor quer curar você. Deus já o está curando. Uma cura enorme está acontecendo em você. Acredite, acolha essa graça pela fé. Eu sei que existe muita coisa se mexendo dentro de você. Há uma luta no seu interior porque o inimigo de Deus não queria que isso chegasse a sua mão, nem que você o acolhesse. Forças contrárias estão lutando dentro de você. Mas o Senhor está vencendo. Ele cura especialmente a você, dotado de muita sensibilidade e capacidade de amar. Ele cura!
Obrigado, Senhor, por me curar, e a Tua cura é concreta. Ó, Senhor, cura-me e preenche essas áreas esvaziadas com o Teu Espírito Santo. Imediatamente, Senhor, cura-me e batiza-me agora no Espírito Santo, que é amor. Ó, Senhor, cura as áreas onde o meu amor foi machucado. Cura-me com um batismo no amor!"

(Do livro: "Músicos em ordem de batalha" - de Monsenhor Jonas Abib)
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sábado, 2 de abril de 2011

Quaresma, escola vital de purificação

A Quaresma é o "tempo favorável" para a redescoberta e o aprofundamento do autêntico "discípulo de Cristo". Não se conhece Jesus estando "do lado de fora", mas por meio da partilha de vida: "Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga" (Mc 8,34).
A conversão cristã, a "metanoia" evangélica, não é simplesmente uma conversão moral (embora exija isso), mas é conversão para Deus, como se revela nas escolhas messiânicas de Cristo (cf. Mt 4, 1-11), pois, do contrário, não se pensa segundo Deus, mas segundo os homens (cf. Mt 16, 21-23).
Consequentemente, no plano da vida, exige-se "aquela mudança íntima e radical pela qual o homem começa a pensar, a julgar e a reordenar a vida, movido pela santidade e bondade de Deus, como se manifestou e nos foi dada em plenitude no Seu Filho" (cf. Hb 1,2: Cl 1,19ss; Ef 1,23ss).
Assim, o cristão vive continuamente o processo de conversão, cujo princípio é o Espírito santo de Deus, recebido no batismo, "perdendo a própria vida por causa de Cristo e do Evangelho" (cf. Mc 8,35).
A Quaresma torna-se, então, escola vital de purificação e iluminação, pois vivemos as palavras de Jesus: "Convertam-se ao Evangelho" (Mc 1,15). Esta é a substância da espiritualidade quaresmal-batismal. Não estamos diante de uma simples exortação à conciliação fraterna, que também é necessária, mas, muitas vezes, ineficaz, ou de uma mudança de vida. Aqui se trata do reconhecimento e da acolhida da iniciativa de Deus, que, por amor, reconcilia-se com o mundo.
O tempo quaresmal, portanto, se torna escola vital de purificação e iluminação para todos nós, pois vivemos as palavras de Deus.

Do que você se lembra ao ouvir a palavra "escola"?

"Aprendizagem": A Quaresma é tempo de aprender.

"Merenda": O tempo quaresmal é tempo de se alimentar da Palavra de Deus, se alimentar da Eucaristia na Santa Missa.

"Prova": Quaresma também é tempo de provação e tentação.

"Professor": Jesus Cristo é o nosso modelo de Mestre, tudo o que Jesus viveu, nesse tempo, em preparação para a Pascoa, também nós somos chamados a viver. Jesus foi conduzido para o deserto pelo Espírito Santo de Deus; também nós precisamos nos deixar ser conduzidos por Ele.

"Exercícios": Não dá para viver o período quaresmal sem fazer um exercício quaresmal que nos leve ao verdadeiro arrependimento e mudança de vida.

"Escola", "estrutura física": Precisamos estar inseridos em um lugar para que a formação aconteça em nossas vidas, e este lugar se chama Igreja, comunidade.

A espiritualidade da Quaresma é caracterizada por uma atenta e prolongada escuta da Palavra de Deus, pois ela ilumina o conhecimento dos próprios pecados, chama à conversão e infunde confiança na misericórdia de Deus. O exame de consciência cristão não é um fechar-ser em si mesmo, mas um abrir-se para a palavra da salvação e para o confronto com o Evangelho.
A espiritualidade quaresmal leva-nos a viver com mais intensidade e profundidade a relação interpessoal com Deus.

Padre Donizete Heleno
Sacerdote da Comunidade Canção Nova
www.cancaonova.com