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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Sagrada Família

Se o Natal tiver sido ao domingo; não tendo sido assim, a Sagrada Família celebrar-se-á no domingo dentro da Oitava do Natal.
Da alocução de Paulo VI, Papa, em Nazaré, 5.1.1964:
O exemplo de Nazaré:
Nazaré é a escola em que se começa a compreender a vida de Jesus, é a escola em que se inicia o conhecimento do Evangelho. Aqui se aprende a observar, a escutar, a meditar e a penetrar o significado tão profundo e misterioso desta manifestação do Filho de Deus, tão simples, tão humilde e tão bela. Talvez se aprenda também, quase sem dar por isso, a imitá-la.
Aqui se aprende o método e o caminho que nos permitirá compreender facilmente quem é Cristo. Aqui se descobre a importância do ambiente que rodeou a sua vida, durante a sua permanência no meio de nós: os lugares, os tempos, os costumes, a linguagem, as práticas religiosas, tudo o que serviu a Jesus para Se revelar ao mundo. Aqui tudo fala, tudo tem sentido. Aqui, nesta escola, se compreende a necessidade de ter uma disciplina espiritual, se queremos seguir os ensinamentos do Evangelho e ser discípulos de Cristo. Quanto desejaríamos voltar a ser crianças e acudir a esta humilde e sublime escola de Nazaré! Quanto desejaríamos começar de novo, junto de Maria, a adquirir a verdadeira ciência da vida e a superior sabedoria das verdades divinas!
Mas estamos aqui apenas de passagem e temos de renunciar ao desejo de continuar nesta casa o estudo, nunca terminado, do conhecimento do Evangelho. No entanto, não partiremos deste lugar sem termos recolhido, quase furtivamente, algumas breves lições de Nazaré.
Em primeiro lugar, uma lição de silêncio. Oh se renascesse em nós o amor do silêncio, esse admirável e indispensável hábito do espírito, tão necessário para nós, que nos vemos assaltados por tanto ruído, tanto estrépito e tantos clamores, na agitada e tumultuosa vida do nosso tempo. Silêncio de Nazaré, ensina-nos o recolhimento, a interioridade, a disposição para escutar as boas inspirações e as palavras dos verdadeiros mestres. Ensina-nos a necessidade e o valor de uma conveniente formação, do estudo, da meditação, da vida pessoal e interior, da oração que só Deus vê.
Uma lição de vida familiar. Que Nazaré nos ensine o que é a família, a sua comunhão de amor, a sua austera e simples beleza, o seu caráter sagrado e inviolável; aprendamos de Nazaré como é preciosa e insubstituível a educação familiar e como é fundamental e incomparável a sua função no plano social.
Uma lição de trabalho. Nazaré, a casa do Filho do carpinteiro! Aqui desejaríamos compreender e celebrar a lei, severa mas redentora, do trabalho humano; restabelecer a consciência da sua dignidade, de modo que todos a sentissem; recordar aqui, sob este teto, que o trabalho não pode ser um fim em si mesmo, mas que a sua liberdade e dignidade se fundamentam não só em motivos econômicos, mas também naquelas realidades que o orientam para um fim mais nobre. Daqui, finalmente, queremos saudar os trabalhadores de todo o mundo e mostrar-lhes o seu grande Modelo, o seu Irmão divino, o Profeta de todas as causas justas que lhes dizem respeito, Cristo Nosso Senhor.
João Paulo II, na Carta dirigida à família, por ocasião do Ano Internacional da Família, 1994, escreve:
A Sagrada Família é a primeira de tantas outras famílias santas. O Concílio recordou que a santidade é a vocação universal dos batizados (LG 40). Como no passado, também na nossa época não faltam testemunhas do "evangelho da família", mesmo que não sejam conhecidas nem proclamadas santas pela Igreja...
A Sagrada Família, imagem modelo de toda a família humana, ajude cada um a caminhar no espírito de Nazaré; ajude cada núcleo familiar a aprofundar a própria missão civil e eclesial, mediante a escuta da Palavra de Deus, a oração e a partilha fraterna da vida! Maria, Mãe do amor formoso, e José, Guarda e Redentor, nos acompanhem a todos com a sua incessante proteção.

Sagrada Família de Nazaré, rogai por nós!

sábado, 26 de dezembro de 2009

A voz do Bom Pastor

O sentido original da música tem se perdido com o passar do tempo. Costumamos, muitas vezes, associá-la simplesmente a um desenvolvimento cultural ou a uma forma de criação relacionada à combinação de sons. No entanto, ela ocupa um espaço bem maior do que pensamos na vida do homem. A música, como as demais formas de expressão artística, é uma ponte que eleva o espírito, liga a dimensão humana à espiritual, e partindo desse "laço espiritual" podemos refletir melhor sobre sua participação na comunicação da alma humana com o Espírito de Deus.
Atualmente, sofremos de uma certa "miopia" a respeito da musicalidade do homem, que nos faz esquecer da voz interior que alimenta o poder da música que brota no coração. É triste saber que, em muitos lugares, ainda se insiste em fazer as canções saírem "da boca para fora". Nossa evangelização através da música será ineficaz se, tirando os olhos do essencial, cairmos no acidental.
A música é capaz de comunicar a vida de Deus, a única que pode gerar uma vida nova na humanidade. Ela tem um grande poder de comoção e conversão, que atrai o homem a Deus, que conforta e cura suas feridas. São muitos os testemunhos de pessoas que, através de canções cristãs, renderam-se ao Amor de Deus e hoje estão dispostas "a dar a vida por este Amor" (RVS). A música desperta sinceros desejos de mudança. Ao tornar nossa música acessível ao homem atual, sedento de esperança e de fé, temos a chance de mostrar-lhe que é possível encontrar "uma vida de verdade".
Nosso papel como "músicos evangelizadores", e antes de tudo como batizados, é o de anunciar o Bem da Palavra de Deus: Deus, que se manifesta ao mundo como Verdade, Bondade e – como diria o Papa João Paulo II – hoje, ao homem moderno, sobretudo como Beleza. Essa Palavra não apenas tem a função de se comunicar com o coração do homem, mas também a de atingi-lo e transformá-lo.
O Evangelho precisa ser anunciado com poder, e cantar a Palavra de Deus é uma maneira eficaz de realizar esse anúncio. Mas para que isso aconteça, o timbre da nossa voz precisa estar configurado ao do Bom Pastor, para que, escutando a nossa voz, as pessoas reconheçam nela a voz de Deus e sigam-nos, certos de que caminhamos para Ele.
É fundamental que aqueles que ministram a Paz de Cristo através da música estejam antes cheios dessa paz. Para cantar é preciso escutar. De fato, a música eleva o coração humano e leva-o a orar. É ouvindo e imitando, todos os dias, a voz de Jesus que se revela pela oração, que teremos a "voz do Pastor", mesmo que essa voz se revele silenciosamente. Se tentarmos evangelizar com a estranha voz do mercenário, o povo de Deus fugirá de nós, e nunca seremos canais do Amor que, a todos, quer conquistar (cf. Jo 10,5). Se as pessoas não reconhecerem a voz de Deus na nossa, não estaremos anunciando a "Boa Nova", mas apenas combinando fenômenos acústicos.
A nascente do canto deve ser a alma, pois é lá que Deus habita. Os homens precisam ser alimentados com a voz de Deus, e não com a voz do nosso orgulho. Nossa missão é a de arrastar as pessoas para o céu, e nunca as distanciar dele.
Precisamos orar para que a nossa voz se encha do poder, da unção e da autoridade da voz do Pastor. Nunca a nossa profissionalização conseguirá, sozinha, atingir a dor humana. Se não estivermos firmados numa vida de oração, as pessoas continuarão a carecer do essencial: o toque de Deus no âmago do ser. O toque que ultrapassa uma experiência superficial ou simplesmente afetiva. Ao escutar, pela música, a voz de Deus, os homens terão sua inteligência iluminada e a vontade pronta a se mover segundo a condução divina. Essa é a maneira de tornar audível o Amor de Deus, de levar seus filhos ao centro da sua pedagogia. O que Deus quer mesmo é nos educar, embalando-nos com a música que se forma com as batidas do seu coração amoroso. Abraçando esta graça, nosso canto abraçará as feridas de muitos, e Deus as curará.

Formação Comunidade Católica Shalom

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Mensagem de Natal

Oi amadas e amados músicos!
A Paz de Jesus e o Amor de Maria!
Feliz Natal a todos!!!

Surgem anjos proclamando;
Paz à terra e a Deus louvor;
Vão seus hinos ecoando;
Nas montanhas em redor.

Glória, Glória, Glória a Deus nas alturas (bis)

Foi nesta noite venturosa;
Do nascimento do Senhor;
Que anjos de voz harmoniosa;
Deram a Deus o seu louvor.

Glória, Glória, Glória a Deus nas alturas (bis)

Vinde juntar-vos aos pastores;
Vinde com eles à Belém;
Vinde correndo pressurosos;
O Salvador enfim nos vem.

Glória, Glória, Glória a Deus nas alturas (bis)

Que este Natal seja cheio de paz, amor, saúde, harmonia, solidariedade, união, bençãos e muita música.
Que neste Natal possamos agradecer a Jesus por este ano e principalmente agradece-lo por ter-nos dado o dom de servi-lo e a força para segui-lo.
Louvado seja o Deus menino! Louvado seja o Senhor! A Ele a glória, a Ele o louvor, a Ele o nosso canto de amor.
A todos os músicos um Feliz e Santo Natal!
Deus abençoe você e seu ministério!
Sua irmã em Cristo, Flávia.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Composição Musical

Não é por acaso que a Canção Nova tem esse nome. Aqui, nós como músicos católicos podemos nos encontrar e trocar experiências. Entendo que para ser compositor você não precisa necessariamente tocar um instrumento, ou cantar bem, ou ter uma formação musical especifica. Na minha casa foi assim, comigo e com meu pai. Ele também era compositor, e começamos a compor na mesma época. Ele fazia letras para os músicos que tocavam com ele, e eu comecei a compor as primeiras canções voltadas para Deus, com 14 anos. Desde o inicio percebi que o instrumento que a gente escolhe, influencia a forma como compomos. A relação com esse instrumento faz com que a gente tenha um determinado tipo de composição. Eu prezo muito a função do compositor. Em todos os lugares que vou, encontro cantores, instrumentistas e arranjadores maravilhosos. Mas a mais rara que encontro, é a figura do compositor. A atividade de compor é mais intimista, muito semelhante ao momento de oração. De alguma forma há um sentido de transcendência. Há a ação do Espírito Santo em nós. Temos que pensar nisso. Quando vamos tocar ou compor para Deus, temos que refletir aquilo que seja verdadeiro e interior nosso. Pensemos sobre alguns tópicos: Motivo, tema, abordagem do tema, coerência musical e linguagem. Qual seria o motivo do cantor cristão para cantar? De que forma?A função é como a de um garimpeiro. Às vezes temos que 'cavar' fundo para obter 'água limpa'. A principio temos uma idéia boa para a canção, com algumas frases, uma melodia, e quando tentamos desenvolver, não acontece nada. Eu acredito que a nossa insistência e persistência em nos motivar, é o primeiro para que possamos fazer uma boa composição.Tenho o hábito de compor de 15 em 15 dias. Mesmo que seja uma música ruim. Mas para achar os 5% que valem à pena, temos que cavar muito fundo. Só aprendemos a compor, compondo. Não tem jeito. Como o instrumentista treina, exercita, o compositor também precisa exercitar. O tema de uma composição é o mais importante de tudo, é o eixo. É o que há de mais especial na música. Quais são os temas que existem para se falar em relação a Deus? Todos os temas! Amor, céu, terra, alegria, tristeza, todos... e as formas que você reflete isso. Às vezes as pessoas ficam circulando sobre frases feitas, ou sobre algo que todos já falaram. Mude o ângulo de abordagem e você fará uma música completamente diferente.

Trecho da palestra do cantor e compositor Grecco, no Hallel CN.
Módulo de Artes - Domingo - 17/08/08

sábado, 12 de dezembro de 2009

Cuide do seu instrumento

Você já parou para pensar? A voz é seu instrumento!!! Talvez o maior e o mais complexo de todos... Entre guitarras, violões, pianos grandiosos, baixos acústicos, baterias, violinos, flautas e muitos outros... É o mais bonito.... Ou não!?
Poderia ser...
Pois entre todos os citados é o mais capaz de emocionar... Ou não! Depende de nós! Pense comigo... O tamanho do nosso instrumento é incontestável! Da cabeça aos pés. Talvez só se compare com um baixo acústico. E a complexidade! Trata-se de milhares de células, que agem em conjunto. Milhares de mecanismos, comandados pelo chefe cérebro. Músculos entrelaçados numa grande teia, sustentados pelos nossos amigos, os ossos... E a grandiosa pele, que reveste toda essa complexidade. Imagine toda essa maquinaria descoberta!
Digamos, então, que a pele é nosso Kaise, nossa capa de proteção. Engana-se, você, se considera somente um aparelho fonador seu instrumento... Se quando ouve falar em voz, pensa somente em garganta, pregas vocais, pulmão e músculos abdominais.Quando se fala em voz., pensa-se em corpo como um todo, ou pelo menos deveria. A voz pertence ao corpo! Parece-se óbvio, mas... É bem verdade!
O que o corpo sofre... A voz sente! Por isso é preciso construir, antes de cantar, toda uma consciência corporal e emocional também, porque não?! Se a emoção é resultado de alguma alteração lá dentro do nosso grande instrumento. Comparando-o com um outro instrumento, por exemplo, o violão; tirando-o da capa, ligando-o num amplificador pronto para tocar! A voz não funciona bem assim... Para estar pronta para uso, é necessário todo um preparo, físico, psicológico, técnico e espiritual também (este, pra nós que cantamos para Deus, é o mais importante). Seu instrumento, assim como qualquer outro, merece muito carinho e cuidado.
Imagine você o preço de um bom piano! Mais ou menos uns R$ 6.000, e usado, encontrei-o lá no mercado das pulgas. E o seu instrumento, a sua voz... Qual é o preço que você daria?
Não deixe de levar em consideração o tamanho, a complexidade, a beleza do som, a amplificação, a diversidade dos timbres e a exclusividade, porque seu instrumento só você o tem! Mas, em contrapartida, ele talvez não esteja em tão boas condições.
Convido você a fazer agora uma avaliação do seu instrumento fabuloso: ele está sendo bem cuidado?
Espero que você tenha entendido, pelo menos um dedinho, de como esse instrumento companheiro, que você tem aí consigo, é importante, e caro, e raro, e único... E merece muuuuuuiito carinho!!! Cuide do seu! Porque infelizmente ninguém pode fazê-lo por você!!! Nem o professor de técnica vocal, nem o fonoaudiólogo, nem os melhores profissionais da voz, isso cabe a você, única e exclusivamente!

Marcio Cruz

sábado, 5 de dezembro de 2009

Senhor, ensinai-nos a ser artistas do seu amor!

Geralmente quando pegamos um folder de uma oficina de artes ou algo do gênero, vemos duas máscaras representando a arte de interpretar... Infelizmente ligam sempre o artista a alguém que vive um personagem! Mas embora o ator, cantor ou dançarino esteja interpretando, ele transmite, acima de tudo, aquilo que ele é, pois pela voz e expressão demonstra sua essência e seus sentimentos. Quando você vê alguém cantar, consegue perceber pela voz se está seguro, da mesma forma é assim com a arte de um modo geral. João Paulo II nos diz que arte não está ligada somente a obras, mas sim à história da humanidade. De fato, a sabedoria de João Paulo II nos faz enxergar que o ser humano expressa a vida ao construir seus dias e assim, conseqüentemente, dando formato à arte de viver! É lógico, sabemos, existem também aqueles que usam máscaras para viver... Fernando Pessoa dizia que estava tanto vivendo tão intensamente um personagem que quando deu por conta, viu que a máscara tão usada estava colada em seu rosto e já não conseguia desprender-se dela. Às vezes queremos ser alguém para agradar os outros e acabamos deixando de ser nós mesmos... Há muita diferença entre ser e parecer, não posso parecer com ninguém, preciso ser eu mesmo (em muitos casos parecer até é saúdavel, mas não se pode perder a essência)! Só começo ser feliz a partir do momento que deixo de lado as formalidades e começo a viver a realidade! Viver a realidade é sinônimo de crescimento. Se uso máscaras, estou condenado a ser infeliz para o resto da vida! E só a partir do momento que tenho consciência de que minha realidade é feita de luz e sombras, como uma bela pintura, começo entender que sou virtudes e limites, que tenho uma história e preciso viver minhas limitações sendo quem sou e seguindo os preceitos de Deus... Que não facilita, pois aquele que facilita, infantiliza o facilitado, mas Ele me diz "vai, caminhe...", assim como disse a Moisés quando se deparou com o mar.... Talvez enfrentar o mar venha ser como enfrentar eu mesmo. Mas só a partir do momento que tomo coragem de seguir a voz do mestre é quando dou o passo de enfrentar meus medos.... Então andar sobre o mar, mesmo que ele não venha a se abrir, já não parece ser tão assustador! Pois além de uma ordem para crescer, a voz de Deus me encoraja a caminhar e ir além. E de libertar-me de mim mesmo para só assim fazer da vida uma obra de arte, consciente de que ela é luz e dias nublados...

Marcio Cruz

Curitiba - PR