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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

São Jerônimo encontrou o seu caminho na Bíblia

O amor cresce quando o conhecimento cresce

Estamos para findar o mês da Bíblia, setembro. E no final deste mês comemoramos o grande patrono das traduções bíblicas, que é São Jerônimo, cujo nome quer dizer "nome sagrado". Nasceu na Dalmácia, antiga Iugoslávia, em 342. Seus pais eram ricos e puderam mandá-lo para Roma realizar seus estudos. Ele morreu a 30 de setembro de 420.
Após seu encontro com o mundo cristão, Jerônimo logo percebeu que as traduções da Bíblia, em seu tempo, eram imperfeitas na linguagem e cheia de imprecisões. Iniciou, então, o seu trabalho de tradução dos textos em hebraico e grego para o latim, o que foi magnífico naquela época. Tradução que foi realizada com muita elegância, feita por completo, traduzindo todo o texto das Sagradas Escrituras do Gênesis ao Apocalipse.
A sua preocupação não era um texto erudito, para professores e sábios, mas queria atingir o povo simples. Um texto enxuto para os simples. Daí o nome de sua tradução "VULGATA", ou seja, vulgar, do povo, para pessoas comuns.
A tradução foi de tão grande magnitude a ponto de o seu texto ser utilizado em toda a Igreja Católica durante 15 séculos ininterruptos. Somente nos últimos anos, com a valorização da leitura e dos estudos bíblicos, novas traduções surgiram.
Num trecho famoso – comentário sobre Isaías e usado no oficio das leituras na memória de São Jerônimo – ele afirma, com a firmeza de suas convicções, que “ignoratio Scripturarum, ignoratio Christi est”, isto é, “a ignorância da Escritura é a ignorância de Cristo”. Sem dúvida, uma forte exortação de um Padre e Doutor da Igreja para os cristãos não só do seu tempo, mas, sobretudo, nos dias de hoje.
O estudo sério da Sagrada Escritura é uma necessidade e não um opcional para o católico que quer viver com seriedade e convicção a sua fé. São Jerônimo encontrou o caminho de sua vida na Bíblia. Graças a ele, muitos hoje podem voltar também o seu olhar para a Palavra de Deus, na qual podem encontrar a plena felicidade, impossível de alcançar na simples realidade humana. Mas que felicidade? Jesus Cristo, o Ressuscitado, cuja Palavra é Ele mesmo.
Só amamos o Cristo se O conhecemos, e O amamos como Verdade, Caminho e Vida! Verdade que encontramos nos Seus ensinamentos, algo que o escritor sagrado nos deixou, sobretudo, nos Evangelhos.
Caminho que o Senhor nos pede para seguir. Que nos encoraja a trilhar e que nos dá a Paz. Caminho traçado pelo Cristo: Paixão e Ressurreição, que ilumina nossas vidas, nossas ações e nossos relacionamentos. Caminho que nos traça, enfim, a nossa salvação.
E vida, que nos é apresentada na fonte da felicidade, que nos é apresentada no texto bíblico: a ressurreição de nossas vidas em Deus.
Este encontro com o Cristo na Bíblia vai nos facilitar esse encontro com Ele. Assim, Jesus é para nós, hoje, a Verdade na Bíblia, a Vida na Eucaristia e o Caminho que seguimos com os irmãos, tal como Ele nos ensinou. Lembremo-nos do Seu encontro com os viajantes em Emaús.
Portanto, o estudo bíblico é de fundamental e crucial importância para a nossa vida de fé. Algo que deve ter sido muito bem percebido por São Jerônimo. Porém, como ele, além do conhecimento e da erudição, o que nos faz santos é viver a Palavra de Deus, colocando-a em prática na vida de cada dia. Os santos fazem a diferença no mundo.
Não há amor verdadeiro e convicto se por nossa inteligência for ignorado. O amor cresce quando o conhecimento cresce. Isso é dado para a experiência humana, mas também se aplica à experiência espiritual.
Em resumo: não há conhecimento sem o amor de Cristo no estudo da Bíblia com Ele. Esta é a mensagem profunda São Jerônimo. O legado espiritual que esse grande santo da Igreja nos deixa é, por conseguinte, profundo e desafiador. Ele encontrou na Sagrada Escritura o seu fio condutor para Deus, a fonte e a raiz de sua caminhada de santidade.
O seu extremo zelo na tradução, o seu hercúleo trabalho desenvolvido ao longo de anos, a sua dedicação ao serviço da Palavra, concretizam-se na sua vida de fé e demonstram o seu imenso amor a Cristo e à Sua Igreja. Assim, também, irmãos e irmãs, não deveria ser a nossa caminhada cristã? Esta perspectiva de Jerônimo poderia servir para nosso itinerário de fé.

Dom Orani João Tempesta
Arcebispo Metrop. Rio de Janeiro
www.cancaonova.com

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Santos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael

Com alegria, comemoramos a festa de três Arcanjos neste dia: Miguel, Gabriel e Rafael. A Igreja Católica, guiada pelo Espírito Santo, herdou do Antigo Testamento a devoção a estes amigos, protetores e intercessores que do Céu vêm em nosso socorro pois, como São Paulo, vivemos num constante bom combate. A palavra "Arcanjo" significa "Anjo principal". E a palavra "Anjo", por sua vez, significa "mensageiro".

São Miguel
O nome do Arcanjo Miguel possui um revelador significado em hebraico: "Quem como Deus". Segundo a Bíblia, ele é um dos sete espíritos assistentes ao Trono do Altíssimo, portanto, um dos grandes príncipes do Céu e ministro de Deus. No Antigo Testamento o profeta Daniel chama São Miguel de príncipe protetor dos judeus, enquanto que, no Novo Testamento ele é o protetor dos filhos de Deus e de sua Igreja, já que até a segunda vinda do Senhor estaremos em luta espiritual contra os vencidos, que querem nos fazer perdedores também. "Houve então um combate no Céu: Miguel e seus anjos combateram contra o dragão. Também o dragão combateu, junto com seus anjos, mas não conseguiu vencer e não se encontrou mais lugar para eles no Céu". (Apocalipse 12,7-8)

São Gabriel
O nome deste Arcanjo, citado duas vezes nas profecias de Daniel, significa "Força de Deus" ou "Deus é a minha proteção". É muito conhecido devido a sua singular missão de mensageiro, uma vez que foi ele quem anunciou o nascimento de João Batista e, principalmente, anunciou o maior fato histórico: "No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré... O anjo veio à presença de Maria e disse-lhe: 'Alegra-te, ó tu que tens o favor de Deus'..." a partir daí, São Lucas narra no primeiro capítulo do seu Evangelho como se deu a Encarnação.

São Rafael
Um dos sete espíritos que assistem ao Trono de Deus. Rafael aparece no Antigo Testamento no livro de Tobias. Este arcanjo de nome "Deus curou" ou "Medicina de Deus", restituiu à vista do piedoso Tobit e nos demonstra que a sua presença, bem como a de Miguel e Gabriel, é discreta, porém, amiga e importante. "Tobias foi à procura de alguém que o pudesse acompanhar e conhecesse bem o caminho. Ao sair, encontrou o anjo Rafael, em pé diante dele, mas não suspeitou que fosse um anjo de Deus" (Tob 5,4).

São Miguel, São Gabriel e São Rafael, rogai por nós!

domingo, 26 de setembro de 2010

Dia da Bíblia

O último domingo de setembro é tradicionalmente conhecido como o Dia da Bíblia, pela proximidade da comemoração de São Jerônimo, considerado o maior de todos os pesquisadores e tradutores da Bíblia.
Na verdade, foi o Papa Dâmaso I, que no final do quarto século, encarregou o monge Jerônimo para pesquisar e fazer uma tradução oficial da Bíblia, para os cristãos. Ele então trabalhou cerca de trinta anos, grande parte nas grutas de Belém, estudando bem todas as línguas bíblicas, os usos e costumes daqueles povos, e assim ele conseguiu produzir a famosa Vulgata, uma Bíblia, em latim, com todos os textos traduzidos diretamente do original. A partir de então, temos a nossa Bíblia, que hoje está na maioria de nossas casas, em nossa língua e em condições de ser lida e rezada por todos os cristãos.
A nossa liturgia, nos apresenta a cada domingo uma grande mensagem bíblica que se elabora a partir de quatro textos: a primeira leitura, o salmo de meditação, a segunda leitura e o Evangelho. Estes textos são diferentes a cada domingo, que apenas se repetem a cada quatro anos.
A palavra de Deus é muito séria. Com a Bíblia não se brinca. Ela nos orienta no bom caminho, mas é preciso assumi-lo para valer. Parece que a síntese de toda a liturgia deste domingo, dia da Bíblia, é a frase do Salmo de Meditação: A lei do Senhor Deus é perfeita, alegria ao coração.

Escrito por Dom Zeno
Diocese de Novo Hamburgo
http://www.mitranh.org.br/

Estamos comemorando hoje ''O Dia da Bíblia'', o que deveria ser todos os dias.
''Palavra de Deus'' é a expressão da Bíblia, muito usada quando fala de Deus que se revela aos homens. E se faz conhecer através de suas palavras e atos.
Livro Sagrado, arma poderosa contra as ciladas do inimigo. A palavra de Deus tem poder, por isso devemos conhecê-la profundamente. Precisamos aprender a lê-la com sabedoria e discernimento, dons que nos é dado pelo Espírito Santo. ''As coisas reveladas por Deus, que se encontram e manifestam na Sagrada Escritura, foram escritas por inspiração do Espírito Santo'' (Dei Verbum (11) - Constituição Dogmática sobre a Revelação Divina). Nela estão contidas todas as promessas de Deus para nós.
A Palavra nos revela o amor de Deus, a verdade que liberta e nos indica o caminho da Salvação. Aquele que segue a luz da Palavra vai perceber claramente o plano divino reservado a cada um. Temos que praticá-la em todas as áreas de nossa vida. O plano de Deus nos será revelado, mas para isso temos que ter abertura de coração. A sua proposta para nós é de amor e vida, porém precisamos nos comprometer com esse projeto.
Jesus, a revelação final e plena de Deus também é chamado "Palavra". Jesus é a Palavra que devemos anunciar, porque em Cristo, Deus nos revela seu propósito redentor.
Desde o início de nossa história Deus está conosco, caminha conosco, para a liberdade. Esse caminho é demarcado desde o livro do Gênesis, com a origem do mundo, a criação do Universo e do homem, formando um povo para fazer uma aliança de amor, até o Apocalipse, nos remetendo ao criador, fonte de toda a vida, quando vamos experimentar a comunhão com Deus, um descanso sem fim.
A Salvação torna-se visível e eterna!

Márcia A Bezerra
http://padreleoeterno.blogspot.com

sábado, 25 de setembro de 2010

Posso ser fã e pedir autográfos?

Muitas pessoas já me pararam para perguntar se é certo ou não pedirmos autógrafos para um músico, artista ou personalidade católica... Outras até me questionam se é certo também, nestes casos, sermos "fãs" de alguém... Analisemos, então, estas questões!
Tendo como base nosso velho amigo dicionário, vejamos:

* fã - indivíduo que tem e/ou manifesta grande admiração por pessoa pública (artista, político, desportista, músico, etc);
* autógrafo - ato de autografar; escrito pela própria mão; escrito autógrafo, um original.

Poxa?! Será que não criamos uma concepção errada destas palavras? Nós acabamos associando-as SOMENTE ao mundão, SOMENTE aos artistas seculares, SOMENTE à música "não religiosa" e isso está errado! O próprio Papa João Paulo II em sua carta aos artistas (1999) nos pediu claramente para não termos medo e nem vergonha de sermos "artistas de Deus" e de nos intitularmos desta maneira para que a evangelização cresça!
Já ouvi muita personalidade católica dizer por aí que tirar foto e dar autógrafo para um fã alimenta a idolatria! Mas quando não tira a foto ou não dá o autógrafo, os mesmos são taxados de metidos e estrelas, não é verdade?
Sendo assim, não há problema algum de eu continuar sendo fã da Banda Anjos de Resgate, da cantora Adriana, do Padre Fábio de Melo ou até mesmo do Papa! São pessoas públicas (católicas evangelizadoras, mas PÚBLICAS)! Não há também problema algum em tirar fotos, pedir ou dar um autógrafo (colocar o próprio nome com ou sem dedicatória) para qualquer que seja a pessoa...
Deixo você com um pedacinho do livro "As Tentações do Músico", de Martín Valverde, que reflete de uma maneira muito interessante este nosso tema:
"Foi em nossa primeira viagem ao México (1984), que os rapazes da banda e eu nos encontrávamos diante de pessoas que queriam autógrafos. Aconteceu no final de um show para adolescentes. Muitíssimos deles, em sua grande maioria, literalmente, vieram em cima de nós pedindo autógrafos, e ainda que cruzássemos olhares de "SOS" nada pudemos fazer senão dá-los. Quando tudo terminou, nos reunimos em uma espécie de conselho de guerra para achar uma solução para o que então percebíamos como um problema.
Estávamos de acordo de que não nos havia afetado, porém, sabíamos de sobra que poderia ser uma tentação mais perigosa no futuro.
Naquela noite, em oração diante do Senhor, deixamos claro nosso desejo de não ofender-Lhe. Convencemo-nos de que não havia nada de mal em dar autógrafos, porém decidimos nos proteger, pondo neles nossa marca e selo de músicos cristãos. O acordo final tinha duas partes: a primeira, que a princípio, nos manteríamos mais longe dessa possível tentação, e a segunda, se não houvesse outra saída, então daríamos autógrafos, porém, colocaríamos junto uma citação bíblica. No meu caso, escolhi o Salmo 115,1: "Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória, por amor de vossa misericórdia e fidelidade". Não falta jovem que me pergunte sobre "esse número" que coloco junto ao meu nome. Eu esclareço que se trata de uma citação bíblica e digo-lhe que a leia, por favor.
Mesmo com todos esses cuidados, procuro sempre estar atento para não perder de vista o limite entre dá-lo e depender deste simples ato para sentir-me realizado como artista!".

Santa Cecília, rogai por nós!
(OBS.: sou fã de Santa Cecília, a padroeira dos músicos! Hehehehe)

Rafael de Angeli - Canal da Graça
rafael@canaldagraca.com.br
Coordenador do Ministério das Artes (RCC) da RE2
(Araraquara-SP e região) - Diocese de São Carlos-SP

"Não é fácil dar a nossa agenda para Deus, mais quanto mais o fizer, tanto mais o 'tempo do relógio' irá transformar-se em ´o tempo de Deus´ e o tempo de Deus é sempre a plenitude do tempo".
(Henri Nouwen)

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

São Pio de Pietrelcina, rogai por nós!

Este digníssimo seguidor de S. Francisco de Assis nasceu no dia 25 de maio de 1887 em Pietrelcina (Itália). Seu nome verdadeiro era Francesco Forgione.
Ainda criança era muito assíduo com as coisas de Deus, tendo uma inigualável admiração por Nossa Senhora e o seu Filho Jesus, os quais via constantemente devido à grande familiaridade. Ainda pequenino havia se tornado amigo do seu Anjo da Guarda, a quem recorria muitas vezes para auxiliá-lo no seu trajeto nos caminhos do Evangelho.
Conta a história que ele recomendava muitas vezes as pessoas a recorrerem ao seu Anjo da Guarda estreitando assim a intimidade dos fiéis para com aquele que viria a ser o primeiro sacerdote da história da Igreja a receber os estigmas do Cristo do Calvário.
Com quinze anos de idade entrou no Noviciado da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos em Morcone, adotando o nome de "Frei Pio" e foi ordenado sacerdote em 10 de agosto de 1910 na Arquidiocese de Benevento.
Após a ordenação, Padre Pio precisou ficar com sua família até 1916, por motivos de saúde e, em setembro desse mesmo ano, foi enviado para o convento de São Giovanni Rotondo, onde permaneceu até o dia de sua morte.
Abrasado pelo amor de Deus, marcado pelo sofrimento e profundamente imerso nas realidades sobrenaturais, Padre Pio recebeu os estigmas, sinais da Paixão de Jesus Cristo, em seu próprio corpo.
Entregando-se inteiramente ao Ministério da Confissão, buscava por meio desse sacramento aliviar os sofrimentos atrozes do coração de seus fiéis e libertá-los das garras do demônio, conhecido por ele como "barba azul".
Torturado, tentado e testado muitas vezes pelo maligno, esse grande santo sabia muito da sua astúcia no afã de desviar os filhos de Deus do caminho da fé. Percebendo que não somente deveria aliviar o sofrimento espiritual, recebeu de Deus a inspiração de construir um grande hospital, conhecido como "Casa Alívio do Sofrimento", que se tornou uma referência em toda a Europa. A fundação deste hospital se deu a 5 de maio de 1956.
Devido aos horrores provocados pela Segunda Guerra Mundial, Padre Pio cria os grupos de oração, verdadeiras células catalisadoras do amor e da paz de Deus, para serem instrumentos dessas virtudes no mundo que sofria e angustiava-se no vale tenebroso de lágrimas e sofrimentos.
Na ocasião do aniversário de 50 anos dos grupos de oração, Padre Pio celebrou uma Missa nesta intenção. Essa Celebração Eucarística foi o caminho para o seu Calvário definitivo, na qual entregaria a alma e o corpo ao seu grande Amor: Nosso Senhor Jesus Cristo; e a última vez em que os seus filhos espirituais veriam a quem tanto amavam.
Era madrugada do dia 23 de setembro de 1968, no seu quarto conventual com o terço entre os dedos repetindo o nome de Jesus e Maria, descansa em paz aquele que tinha abraçado a Cruz de Cristo, fazendo desta a ponte de ligação entre a terra e o céu.
Foi beatificado no dia 2 de maio de 1999 pelo Papa João Paulo II e canonizado no dia 16 de junho de 2002 também pelo saudoso Pontífice.
Padre Pio dizia: "Ficarei na porta do Paraíso até o último dos meus filhos entrar!"

São Pio de Pietrelcina, rogai por nós!

domingo, 19 de setembro de 2010

Simplicidade, oração e coerência

De onde começar?
Quais as oportunidades que temos para evangelizar?
Quantas oportunidades Deus nos deu para evangelizar por meio da música, mas as deixamos passar, porque ainda esperamos aquela... Sabe aquela oportunidade?
Muitas vezes, nos acostumamos com as grandes coisas: missões, grupos lotados, muita gente aclamando e cantado a partir da nossa condução [musical].
Não podemos nunca nos esquecer de que Deus, muitas vezes, nos dá oportunidades aparentemente bem pequenas, mas, nelas, podem estar guardadas grandes graças para nós ou para quem escuta aquilo que estamos tocando e/ou cantando.
O inimigo de Deus coloca em nossos corações a tentação de nos animarmos muito com os grandes eventos e situações nas quais temos um som de grande potência, uma boa banda e um grande número de participantes, etc. Sim, devemos nos animar, mas devemos também, diante dessas oportunidades e dentro de nós, canalizar essa animação para a glória de Deus, agradecendo a Ele pela confiança e oportunidade.
Infelizmente, caímos no sutil erro da empolgação e acabamos por viver toda essa alegria sozinhos, esquecendo-nos da batalha que existe por trás de tudo isso e ficamos vulneráveis à ação do inimigo; na mais grave das situações, barramos totalmente a graça, a cura e o milagre para aquele povo que nos escuta, ou para nós mesmos.
Seja qual for a oportunidade que temos de exercer o nosso ministério, é um chamado que Deus nos faz. É um povo que espera, é uma batalha a ser travada e, já posso dizer, um inimigo a ser vencido ou até mesmo um meio do Senhor trabalhar nos nossos corações. Mas por trás de qualquer lugar aonde iremos tocar ou cantar, a nossa vida deve ser a primeira oportunidade de cantarmos. Por isso, devemos cantar com a vida e, para isso, precisamos ser, primeiramente, homens e mulheres de oração. Músicos ou musicistas, precisamos ser coerentes com o que cantamos e, aí sim, conseguiremos cantar a vida.
Resumindo: simplicidade, oração e coerência. Se conseguirmos viver essas três palavras, com certeza, a última delas será abundante em nós: a unção.
Volto à pergunta inicial: "De onde começar?". Começo da oportunidade que Deus me dá, com muita sabedoria e discernimento. Muitas vezes, ela é gradativa, outras vezes, é um grande susto para nós, além das nossas capacidades; outras vezes, as oportunidades desaparecem. Para cada um, Deus tem uma pedagogia, pois para Ele somos únicos.
Deixo outra pergunta: "Qual a pedagogia de Deus para você? Por que Ele escolheu você como ministro de música da Sua Igreja?
Deus abençoe você e o seu ministério!

André Florêncio
Ministro de música e missionário da Canção Nova

domingo, 12 de setembro de 2010

O ministro de música tem como missão levar as pessoas para Deus

Sou ministro de música!
Ainda me lembro de como foi o meu início dentro da Renovação Carismática Católica e no ministério de música; um começo que me faz permanecer firme no dom que o Senhor me deu estando hoje aqui na Comunidade Canção Nova.
Depois que fui crismado, começamos um grupo de jovens. Nesse mesmo período, o meu pai presenteou-me com um violão. Comprei uma revistinha de cifras e comecei a treinar. Seis meses depois comecei a tocar algumas músicas da Igreja e logo o pessoal do grupo de jovens convidou-me para animar as reuniões. Durante muitos meses foram as mesmas músicas, pois não sabia tocar outras. Não parei nas dificuldades e comecei a aprender novas canções, pedi ajuda e fui ajudado.
Começamos então o “grupo de canto”. Pouco tempo depois, Deus nos deu a graça de iniciarmos um grupo de oração da RCC. E aqui está o momento-chave da nossa partilha, quando fomos [o grupo de canto] convidados para animar o grupo de oração tivemos que modificar o nosso nome para “ministério de música”. Naquele momento eu entendi que não era apenas um modificar de nome, mas um modificar de postura, era um chamado mais forte do Senhor, entendi que não era apenas um “tocador” e um cantor, mas era um ministro de música que tinha como missão levar as pessoas para Deus e Deus para as pessoas.
Por que relato tudo isso? Porque, meu irmão, não podemos deixar de lado essa verdade a qual somos chamados a exercer: ser ministro! Eu particularmente quero confessar para você: não canto tão bem, não tenho técnica, nunca estudei música, não tenho uma voz bonita, mas o que eu busco fazer é ministrar a música para que as pessoas se encontrem com Deus. Sou um ministro! O dom é irrevogável, mas o ministério, se não for praticado, pode ser retirado.
Não podemos tirar o olhar de que somos ministros de música. Quando estamos na animação do grupo de oração, de encontros, da Santa Missa, de retiros, a nossa função não é mostrar que cantamos bonito, que temos técnica, alcançamos lindas notas ou fazemos belos acordes; a nossa missão é ministrar a Palavra de Deus através da música. O solo da sua guitarra precisa me levar para Deus, a virada da bateria precisa me levar para Deus, o acorde do teclado e violão precisam me levar para Deus.
Não se preocupe em demonstrar que você sabe, preocupe-se em fazer a vontade de Deus, em cantar e tocar para Deus. Faça a experiência de cantar e tocar para o Senhor! Faça dessa missão sua oração. Quando você tiver uma experiência divina por meio da sua música, seja ela tocada ou cantada, tenha a certeza de que as pessoas que o escutam também se encontrarão com Deus.
O apelo que faço nesta hora é: Não esqueça que você é um ministro de música do Senhor! Um servo do Senhor que, através desse dom que Ele mesmo lhe deu, é convidado para levar as pessoas ao Pai.
Que se ergam os ministros de música do Brasil e do mundo!
Deus o abençoe!
Com orações,

Emanuel Stênio
Comunidade Canção Nova

domingo, 5 de setembro de 2010

Musica e Liturgia

Dicas sobre a postura que os ministros de música devem adotar em animações litúrgicas, especialmente nas Celebrações Eucarísticas:

– Na Celebração Eucarística, o presidente é o sacerdote; portanto, antes de toda e qualquer celebração, converse com o sacerdote e exponha o que o ministério preparou em unidade com a equipe de liturgia.
– Sei de toda complexidade e até das diferentes interpretações sobre a liturgia que alguns padres dão. Em todo caso, vale a máxima: "Quem obedece não peca". Portanto, consulte o padre e obedeça-lhe.
Se você tiver conhecimento o bastante e abertura com o sacerdote, pode defender sua opinião. O diálogo nos faz crescer. Mas converse em outro momento, não poucos minutos antes do início da celebração.
– Missa não é show!
– Não chame a atenção do povo para si ou para seu grupo. Na Missa, Jesus é o centro.
– Não desvie a atenção das pessoas com "caras e bocas" durante a interpretação de uma música, nem na execução de um solo instrumental.
– Não converse durante a Celebração Eucarística. Escolha antecipadamente as músicas e seus respectivos tons. Se houver extrema necessidade de algum diálogo, faça-o da forma mais discreta possível. Nada mais desagradável do que um ministério se entreolhando com ar desesperado, de "qual a próxima música?" ou "qual o tom?".
– Não use, durante a Santa Missa, roupas com cores fortes ou estampadas, a não ser que você seja convocado de surpresa e não tenha condições de se trocar.
– Não use, de jeito nenhum, roupas sem mangas, decotadas, transparentes ou bermudas durante a Celebração Eucarística.
– Escolha os cânticos de acordo com as leituras e o tempo litúrgico. Não se pode cantar os hits, a não ser que se encaixem com o tema da celebração.
– Algumas fórmulas da Missa, como o "Cordeiro de Deus" não podem ser modificados. Estude liturgia, pois nela não dá para improvisar.
– Não queira ser um ministro de música "garçom", que apenas serve aos outros o banquete. Participe ativamente de cada momento da celebração, sente-se à mesa. Você também é um "Feliz convidado para a ceia do Senhor".

www.cancaonova.com